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"Espero que alguém apareça", diz Roger sobre tocar na Virada às 8h

Ultraje a Rigor se apresenta no Vale do Anhangabaú no domingo, às 8h - Reinaldo Canato/UOL
Ultraje a Rigor se apresenta no Vale do Anhangabaú no domingo, às 8h Imagem: Reinaldo Canato/UOL

19/05/2018 07h00

Quem quiser começar o domingo (20) ao som de rock já pode se programar para ir à Virada Cultural. Com Roger, Bacalhau, Mingau e Kleine, o Ultraje a Rigor encerra os shows do palco Chacrinha no vale do Anhangabaú, às 8h.

Na noite anterior, o palco receberá a partir das 18h atrações como Jane e Herondy, Léo Jaime, Gretchen e Valesca Popozuda.

Em troca de mensagens via whatsapp com a coluna, o vocalista Roger Moreira adianta que sucessos dos 37 anos de carreira da banda, como "Inútil", "Mim quer Tocar", "Rebelde Sem Causa", "Nós Vamos Invadir sua Praia", serão executados junto de covers.

Adriana: O Ultraje é uma das atrações do palco Chacrinha na Virada Cultural. Como é recordar o passado ao lado de outras atrações que também ficaram marcadas pelo programa do Velho Guerreiro?
Roger: Eu não sei que influência o Chacrinha vai ter nessa atração ou se o palco faz alguma alusão a ele. Mas na nossa carreira, o Chacrinha teve muita importância. Nós nos encaixávamos perfeitamente no espírito do programa e o Chacrinha e sua produção gostavam muito de nós também. Fico contente de ser lembrado como uma banda que fez parte dessa história.

Na época do Chacrinha, as bandas ficavam famosas depois de irem para a TV. A disputa para estar nesses programas era muito grande?
Devia ser. Eu não via as disputas. Mas não havia qualquer animosidade entre nós do rock e nem com os outros artistas que frequentavam o Chacrinha. Também não havia essa busca frenética pela celebridade que há hoje. Para nós, tudo era lucro, já que não tínhamos planejado nada além de viver de música e tocar na noite. Também éramos bem jovens. Tudo era diversão.

Rolava muita droga, sexo, além do rock'n roll, nos bastidores do showbiz nessa época?
Na TV, não. Mas, sim, evidentemente. Eu parei com as drogas em 1983, justamente quando a oferta aumentou. Estava começando a me atrapalhar. Sexo, eu continuei. (risos) Era a vida que imaginávamos: sexo, drogas e rock'n roll. Só que eu não precisava mais da droga. Era diferente o uso da droga. É bom que se diga. Ainda era uma coisa meio hippie, de abrir os horizontes, de paz e amor. Não era como é hoje.

Você acha que o rock está careta?
Rock é diversão. É hormônio descontrolado, coisa de jovens sem muita noção querendo se divertir, se expressar, fazer sexo. Rock triste ou deprê é algo da época atual. Não é nem que está careta. Está irreconhecível.

O Ultraje se apresenta às 8h da manhã do domingo. É fácil acordar cedo pra você?
Não, é difícil. É um pouco mais fácil agora que tenho uma rotina diferente, com filhas pequenas. Também posso fazer menos shows, que é uma rotina desgastante. Durmo um pouco mais cedo e acordo mais cedo também. Mas vamos ter que acordar às 4 da manhã, mais ou menos, com a logística de reunir todos às 6h para estarmos no palco às 7h, 7h30. Espero que alguém venha assistir! (risos)

O que você pode adiantar do set-list do show?
Bom, tocaremos as músicas mais conhecidas e alguns covers. E estaremos com sono. (risos)

Você já tem candidato para as próximas eleições?
Sim. Bolsonaro. Amoedo também seria uma boa opção, mas tem pouca chance. Não acredito que Bolsonaro seja o salvador da pátria, nem ele deve acreditar nisso. Ninguém é. O Brasil não vai melhorar por milagre. Mas ele tem um bom ministro da Fazenda, Paulo Guedes, com um plano liberal que acho que é o certo. Também não acredito que ele represente os militares ou que a eleição dele seria a volta dos militares. Se os militares quisessem dar um golpe, já teriam dado. Não precisariam esperar as eleições. Ele apenas é um militar. Um capitão reformado. Não um general. E também precisamos desinfetar o Brasil de tantos anos de esquerda. Desinfetar mesmo. Chega de MDB, PT, PSDB. Isso não funciona. Precisamos nos livrar, inclusive, do preconceito com a direita, adquirido depois de muitas décadas de lavagem cerebral feita pela esquerda. O povo brasileiro é basicamente de direita. O Brasil precisa aprender a cuidar de si e parar de esperar assistencialismo do governo. O certo é esse dinheiro ser melhor distribuído por meio de um mercado forte, e cada um poder cuidar de si mesmo.

Veja abaixo a programação do palco Chacrinha no Vale do Anhangabaú
MC – Rita Cadillac
SÁB – 18h – Jane e Herondy
SÁB – 21h – Léo Jaime
SÁB – 23h59 – Gretchen e Valesca Popozuda
DOM – 3h – Byafra
DOM – 6h – Ritchie
DOM – 8h – Ultraje a Rigor