Fim das atividades: O Rappa faz os últimos shows em SP neste fim de semana
Após 25 anos, O Rappa anunciou no ano passado que fará uma pausa sem previsão de volta. Em conversa com a coluna, o guitarrista Xandão, que está na banda desde a sua formação em 1993, diz que está se preparando mentalmente para os últimos shows ao lado de Marcelo Falcão, Lobato e Lauro.
A banda faz neste sábado (3) e domingo (4) as últimas apresentações para o público paulista. Com ingressos esgotados na primeira data e poucos restantes para o show extra, os músicos sobem ao palco do Espaço das Américas para repassar a carreira que acumula sucessos e prêmios. A despedida definitiva será em 14 de abril na Jeunesse Arena, no Rio.
Xandão se mostra satisfeito com os êxitos do grupo nestas quase três décadas e sonha com novos projetos, alguns iniciados há anos, mas que nunca tiveram continuidade devido à agenda do Rappa.
De todas as conquistas, a que mais orgulha o músico é a identidade que formaram lá atrás, além de nunca terem sido definidos sob apenas um rótulo. Segundo o músico, apesar de arrastar grande público até hoje, os integrantes foram capazes de manter a essência underground e o discurso de cunho social. "O objetivo máximo nunca foi só chegar ao público, mas como chegar. E isso nós conseguimos", celebra.
Xandão destaca ainda dois momentos essenciais na história da banda: o videoclipe de "Minha Alma (A Paz que Eu Não Quero Ter)" e a convivência com o produtor Tom Capone (1966-2004), responsável pela direção artística do álbum "O Silêncio Q Precede o Esporro", de 2003.
Em 2000, o clipe de "Minha Alma" foi o grande vencedor do Video Music Brasil, da MTV. Os cariocas faturaram os prêmios de melhor clipe de rock, melhor direção, melhor fotografia, melhor edição" e "melhor clipe do ano", segundo júri técnico e a audiência da emissora. O vídeo projetou O Rappa pelo discurso social.
Outro momento destacado por Xandão foi a produção do quinto álbum da banda, o primeiro disco sem o baterista e principal letrista Marcelo Yuka.
O disco rendeu os hits "Rodo Cotidiano", "Mar de Gente" e "Reza Vela", além da regravação de "Deus lhe Pague", de Chico Buarque. As canções são intercaladas por textos narrados pelo grupo na forma de vinhetas. "Ele [Tom Capone] estava o tempo todo querendo fazer coisa nova. Foi um cara que aprendi muito", relembra Xandão.
O FIM
Diferentemente do que aconteceu quando a banda fez uma pausa entre 2009 e 2011, a ideia neste momento é seguir por novos rumos. A relação desgastada pelo convívio pede um momento de "respiro", entende o guitarrista.
A banda ainda tem previsto em contrato mais um álbum a ser entregue para a Warner, parceira desde o início da carreira. Xandão diz não haver cobrança por parte da companhia, e o assunto ainda não está em pauta.
"O principal tema do momento é a gente fazer novos projetos. Chega um momento em que, depois de 25 anos, as diferenças aparecem. Por outro lado, não tem essa história de 'acabou'. Se a gente vai voltar a fazer show ou não, é uma outra coisa", explica.
Ligado em novidades, Xandão sonha em ter tempo para tocar os novos planos. Ele já tem em mente um projeto com Lauro (baixo) e Lobato (bateria), mas, primeiro, quer dar uma pausa para se "reciclar".
Serviço
O Rappa
Quando: 3 e 4 de março - sábado e domingo
Onde: Espaço das Américas - Rua Tagipurú, 795 – Barra Funda
Inf: www.espacodasamericas.com.br
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