"Cinema sobreviverá ao streaming", diz presidente da Cinemark

O presidente da Cinemark International, Valmir Fernandes, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que acredita que as salas de cinemas não vão acabar diante da expansão dos serviços de streaming.

De acordo com a sua avaliação, o setor vai passar por adaptações, mas sobreviverá assim como na concorrência que sofreu com o home vídeo (disponibilização de filmes para reprodução doméstica).

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"Não necessariamente (está ameaçado pelos serviços de streaming). O impacto das novas tecnologias ainda não está definido. Pela qualidade e pelas inovações no setor, sabemos que o cinema pode sofrer algumas mudanças significativas, mas não vai acabar", disse.

"Como o cinema sobreviveu ao home vídeo, acredito que sobreviverá ao streaming, ainda que tenha de se ajustar e conviver com ele", completou, em outro momento da entrevista.

Em sua avaliação, a experiência de assistir a um filme no cinema ainda não consegue ser reproduzida em outros ambientes. O executivo usa como paralelo o interesse que as pessoas mantêm de ir aos restaurantes.

"Mesmo com home theater, não dá para reproduzir em casa a experiência de um filme-espetáculo em sala escura. O público gosta do que oferecemos em termos de tecnologia, conforto e serviço. Você pode apresentar mil facilidades para a pessoa cozinhar em casa, mas chega uma hora em que ela quer comer no restaurante", explicou.

Sobre a relação com os serviços de streaming, Valmir Fernandes disse que a tendência é de estreitar os laços.

"Ainda que a Netflix não trabalhe da forma que gostaríamos, deixando o filme ir para o cinema, mas lançando-o na sua plataforma 30 dias depois, a Amazon muitas vezes atua de forma mais alinhada com a indústria, dando-nos uma janela maior nas salas", disse.

"Da guerra do streaming, na qual já entram Apple e Disney, sobrará algum estilhaço para o nosso setor. Mas ninguém sabe ainda o que vai acontecer", completou.