"O pagode era discriminado e sofreu o mesmo que o funk", diz Péricles
Péricles relembrou os tempos de Exaltasamba e o preconceito que o pagode enfrentou até estourar nos anos 1990, durante participação no programa "Espelhos", apresentado por Lázaro Ramos, no Canal Brasil, e que foi ao ar hoje.
"Em meados dos anos 80 era o boom do pagode. O pagode sofreu o que o funk sofreu e passa hoje: era discriminado, não servia e hoje é uma realidade. O pagode dos anos 90 tornou-se uma realidade", avaliou, lembrando que seu grupo levou 12 anos para estourar.
"A maioria [dos integrantes] tinha outras profissões. A gente tinha que tocar de quarta a domingo, sempre à noite até 2h da manhã. A maioria não tinha carro e no outro dia às 6h, 7h da manhã, todo mundo estava em pé no seu trabalho", recorda. Para Pérciles, o Exaltasamba foi importante para o segmento.
"Tudo o que a gente fez, entre acertos e erros, está dando frutos até hoje. Ninguém do pagode tirava férias. Um belo dia a gente viu que de fato precisava parar e ter esse tempo. Quando a gente começou a tirar, virou uma constante em outros grupos. A organização que a gente tinha também. Esse é o grande legado que a coisa boa de fazer sucesso com o Exalta deixou."
Em carreira solo há 8 anos, Péricles confessou insegurança. "O desejo maior era ser aceito e fazer com que a caminhada não fosse em vão. Tenho muito medo de errar, mas tenho mais de não ser aceito. Demoro seis, oito meses escolhendo repertório, a gente pesquisa muito tempo antes para evitar não conseguir o sucesso que imagina. Tenho medo dessa frustração. Quanto menos a gente puder errar, menos essa sensação vai gritar na gente."
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