Texto que pede CPI da Rouanet copia artigo que circula há 1 ano na internet
O texto apresentado à Câmara pelos deputados Alberto Fraga (DEM) e Sóstenes Cavalcante (DEM) para justificar o pedido de abertura de uma CPI para apurar supostas ilegalidades na Lei Rouanet foi copiado, em grandes partes, de um artigo que circula há quase um ano na internet sob o título "Os 12 projetos mais bizarros aprovados pela Lei Rouanet".
Compartilhado mais de 240 mil vezes na rede a partir do site Spotniks, o artigo original é assinado por Leônidas Villeneuve e acusa o MinC (Ministério da Cultura) de "se perder" ao autorizar captação de recursos para "diversos casos estranhos" e aprovar "valores astronômicos para projetos pífios", entre os quais documentários sobre José Dirceu e Leonel Brizola, shows de Luan Santana e Detonautas, DVDs do funkeiro MC Guimê e espetáculos teatrais de Peppa Pig e Shrek.
O requerimento, que já conta com 190 assinaturas favoráveis à instalação da CPI (superior ao mínimo necessário de 171), não cita em nenhum momento o nome de Villeneuve ou do site Spotniks. O texto do documento protocolado está disponível no site da Câmara. O do Spotniks também pode ser consultado no site.
O UOL procurou os deputados que assinam o documento em seus gabinetes, por telefone, nesta quinta-feira (26), mas não conseguiu contato.
Distorções ou preconceitos?
Em entrevista, Carlos Paiva, ex-secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC que pediu exoneração do cargo nesta semana e até então era responsável pela coordenação da equipe que avalia os projetos da Lei Rouanet, afirmou que a discussão em torno dos projetos aprovados é vítima de "preconceitos".
"Musical de Shrek cabe ou não? Isso não é cultura pra quem? Quem vai dizer o que é cultura de qualidade ou não? Tanto que a Lei Rouanet veda a apreciação subjetiva [de um projeto]. Toda análise precisa verificar se aquilo, primeiro, é um projeto cultural. Segundo, se quem está propondo tem capacidade técnica de realizar aquele projeto. Terceiro, se os custos do projeto estão condizentes com o mercado. E quarto, se tem medidas de democratização do acesso. Isso, todos os projetos atendem."
Criticada pelo próprio ex-ministro da Cultura Juca Ferreira, a Lei Rouanet é alvo de uma proposta de reforma, já aprovada na Câmara e batizada de ProCultura, que aguarda apreciação no Senado. Entre os tópicos propostos, está o de corrigir distorções no favorecimento a projetos realizados no eixo Rio-São Paulo e também em limitar, em até 80%, o valor que o patrocinador pode deduzir do imposto de renda por produção apoiada.
Ao tomar posse nesta semana, o novo ministro da Cultura, Marcelo Calero, defendeu as leis de financiamento à área como importantes para o país, mas disse que eles precisam ser feitos de maneira "republicana, eficiente e transparente". Em seu discurso, ele incluiu manifestações populares como o sertanejo universitário, o funk e o passinho como representantes da cultura brasileira ao lado de gêneros mais tradicionais como o samba, a música erudita e a MPB.
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FORA LEI RUANET E SEUS ARTISTAS QUE SÓ QUEREM MAMAR NAS TETAS DO GOVERNO E DA TÃO CALEJADA POPULAÇÃO BRASILEIRA ! PROTESTOS A FAVOR DO POVO ESSES ARTISTAS VAGABUNDOS NÃO FAZEM , SÓ NO QUE DIZ RESPEITO A ENCHEREM CADA VEZ MAIS OS BOLSOS À CUSTA DOS POBRES E MISERAVEIS BRASILEIROS !! É POR ISSO QUE ESSE PAIS NÃO VAI PRA FRENTE !!!!!!
O pessoal pricisa se informar melhor. A tal lei tem analistas culturais que não analisam politicamente quem está solicitando. Fosse assim a atriz sabidamente anti PT não receberia autorização. A autorização não libera recursos. O projeto vai ao mercado tentar buscar patrocínio. Nem sempre consegue apoio de empresas. Por último Chico Buarque não se beneficia da lei. Ele sempre foi de esquerda por opção. Vão se informar melhor. Depois falam da ignorância do povão.