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Daniel Boaventura diz que se inspirou em Chico Anysio para musical "A Família Addams"

Daniel Boaventura é Gomes e Marisa Orth é Morticia em cena do espetáculo "A Família Addams" - Fabiano Cerchiari/UOL
Daniel Boaventura é Gomes e Marisa Orth é Morticia em cena do espetáculo "A Família Addams" Imagem: Fabiano Cerchiari/UOL

Estefani Medeiros

Do UOL, em São Paulo

27/02/2012 19h02

Os portões da casa mal assombrada dos Addams são abertos ao público, e pela primeira vez a família criada pelo cartunista americano Charles Addams para a revista "The New Yorker" ganha uma versão brasileira. A partir desta sexta-feira (2), Marisa Orth e Daniel Boaventura dão vida a Morticia e Gomes em musical que estreia no Teatro Abril, em São Paulo. 

Em evento para imprensa realizado nesta segunda-feira (27), Boaventura disse que se inspirou no personagem Alberto Roberto, do humorista Chico Anysio, para criar sua versão do patriarca da família. "Me inspirei muito no Alberto Roberto e em seus trejeitos para fazer o Gomes. Chico é um gênio", disse o ator. 

Já Marisa Orth comentou que fazer a personagem era uma vontade antiga. "Muitas atrizes sonham em fazer a Julieta, eu sonhei com a Morticia", disse entre risos. Apesar do longo currículo como atriz e a carreira paralela como cantora, "A Família Addams" é seu primeiro grande musical. "Ensaiamos dez horas durante dois meses e está sendo uma experiência maravilhosa, nunca tinha feito show de música, dança e texto de uma vez." 

A principal dificuldade apontada por Marisa foi a de "reprimir" seu jeito de fazer humor. "Aqui no Brasil o humor é mais escrachado, extravagante. Eu tenho esses trejeitos italianos, mania de falar com as mãos. Os produtores me ensinaram a ser mais contida".  

Humor politicamente correto

Principal característica dos personagens, o humor negro e sarcástico herdado das piadas de Charles é amenizado na temporada brasileira. Nesta história, importada nos padrões Broadway e adaptada aqui por seus produtores americanos, Wandinha (Laura Lobo) se apaixona por um garoto normal chamado Lucas (Beto Sargentelli) e tenta fazer os pais aceitarem o romance. 

"A história é universal, fala sobre a habilidade das pessoas em serem mais tolerantes e como buscam aceitação", diz o diretor alemão Jerry Zacks, que além de premiado por musicais na Broadway também assina alguns episódios da série "Two And a Half Men".

BASTIDORES DO ESPETÁCULO

  • Fabiano Cerchiari/UOL

    Daniel Boaventura faz maquiagem para se transformar em Gomes (27/2/2012)

De acordo com Zacks, o maior desafio foi encaixar a peça no público brasileiro. "A maior dificuldade foi descobrir um meio de adaptar as palavras para que fizessem sentido para os brasileiros. O objetivo é surpreender a plateia com algo que ainda não viram", explica. 

Nos Estados Unidos, a família está em cartaz desde 2010 e teve duas versões. A completa, apresentada em Nova York, e uma reduzida, que vem ao Brasil. A peça ainda passa pelo Rio de Janeiro, Buenos Aires, Cidade do México, Londres e Austrália. 

Cenários, figurino e canções pop

Com cenários móveis grandiosos, canções com apelo pop, maquiagem detalhista e alguns efeitos especiais, o musical tem cara de programa para família. As coreografias dos personagens, assim como suas características, foram copiadas dos desenhos pelos produtores. 

É importante saber que dois personagens tem os atores alternados durante as apresentações. Morticia é interpretada por Marisa e também pela atriz Sara Sarres e o pequeno Feioso é revezado por Gustavo Daneluz e Nicholas Torres. 

Depois de sair dos quadrinhos, passar pelos desenhos animados até chegar aos cinemas com Angelica Houston e Raul Julia e no musical americano com Brooke Shields e Roger Rees, a excêntrica família chega ao Brasil para mostrar que não é tão ruim ser diferente. 


"A Família Addams", o musical
Onde:
Teatro Abril (Avenida Brigadeiro Luis Antonio, 411 - Bela Vista/SP)
Quando: a partir de 2 de março
Ingressos: As entradas custam de R$70 (Balcão A) a R$250 (Plateia VIP). Mais informações podem ser consultadas no site do espetáculo