Fotógrafo expõe paixão nacional por "peladas"
Durante nove meses, o fotógrafo e jornalista Caio Vilela percorreu o Brasil em busca da imagem perfeita sobre a mais arrebatadora paixão nacional: o futebol de rua, ou a famosa "pelada".
Uma paixão que começou no início da década de 1880, antes do fim da escravidão, quando padres jesuítas e vicentinos trouxeram as primeiras bolas de capotão da Europa.
No entanto, o futebol só chegaria com força anos mais tarde ao país, em 1894, pelas mãos – ou, melhor dizendo, pés – do paulistano Charles Miller.
Filho de pai escocês e mãe de ascendência inglesa, ele foi estudar muito jovem na Inglaterra, de onde voltou com duas bolas, um livro de regras e uniformes em mãos, dando o pontapé inicial ao esporte em solo brasileiro.
As imagens da série que você vê acima foram captadas pelo fotógrafo nos 26 Estados do Brasil e no Distrito Federal: suas capitais, seus cartões-postais e seus rincões distantes e pouco conhecidos.
Elas deram origem ao livro Futebol-Arte do Oiapoque ao Chuí (Grão Editora, 260 páginas, R$ 90), com prefácio de Zico, lançado no ano passado.
Projeto maior
O livro é fruto de um projeto maior chamado "Futebol sem Fronteiras", idealizado por Vilela em 2004 e que conta com um acervo de imagens produzidas em 53 países.
"O futebol de rua é como um ritual no Brasil ou uma religião. Faz parte da nossa vida", diz Vilela à BBC Brasil. "É o futebol jogado com o coração", acrescenta ele.
Natural de São Paulo, Vilela já percorreu mais de 80 países nos cinco continentes produzindo reportagens sobre os mais variados temas e fotografando o futebol jogado na rua, distante dos holofotes dos estádios ou da imprensa.
Ele já publicou diversos livros sobre o tema e teve suas fotos exibidas em exposições de São Paulo a Doha, no Catar.
A meta agora, segundo o fotógrafo, é conseguir apoio para realizar mais quatro grandes viagens de baixo orçamento: Ásia Central, Europa, América Central e América do Sul.
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