Animais selvagens "invadem" metrô de Paris
Dois fotógrafos franceses apresentam em Paris uma exposição com fotomontagens insólitas de animais selvagens no metrô da cidade.
Uma girafa que tenta colocar o pescoço dentro do vagão, um leão que passa por baixo da catraca, um avestruz na cabine do maquinista, um macaco que indica o caminho a alguém ou cervos que lotam uma plataforma de embarque são algumas das imagens da mostra "Animetrô", apresentada na Millésime Gallery, próxima à Torre Eiffel, em Paris.
O objetivo, segundo os fotógrafos Clarisse Rebotier e Thomas Subtil, é fazer com que as pessoas vejam o metrô e também o cotidiano de outra maneira, com surpresa e humor.
"Ninguém hoje em dia vê o metrô como algo que pode dar prazer ou satisfação. Essa série de fotos incita as pessoas a apreciar as coisas que fazem parte do dia-a-dia", disse à BBC Brasil a fotógrafa Clarisse Rebotier.
"As crianças olham o mundo com curiosidade e surpresa. Fotos de animais fora de seu cenário habitual podem recriar esse mesmo tipo de sensação nos adultos", afirma a fotógrafa.
Segundo ela, há um "aspecto onírico" nessas imagens feitas no transporte público. "Queremos que as pessoas sonhem e pensem que estão em outro lugar", diz a fotógrafa.
Algumas fotos se inspiram em situações do cotidiano dos usuários do metrô parisiense e mostram, por exemplo, um músico cercado por macacos ou ainda um esquilo que prende a pata na porta do vagão, uma referência aos avisos colados em todos os metrôs pedindo para as pessoas não colocarem as mãos nas portas, ilustrados com o desenho de um coelho com os dedos presos.
Efeito surpresa
Rebotier afirma sempre buscar uma "defasagem" entre os personagens e o cenário das fotos para criar, com humor, um efeito de surpresa.
Ela é conhecida por utilizar em suas fotos bonequinhos em miniatura, que parecem vivos, em situações inusitadas, como jogadores de golfe em volta de um umbigo ou um operário que passa uma britadeira nos dentes de alguém.
Nos últimos três anos, ela vem trabalhando em uma série de fotos sobre empalhadores de animais para um livro que, segundo Rebotier, mostrará "com poesia" essa atividade de empalhamento de bichos.
Na exposição "Animetrô", cerca de um terço dos animais mostrados nas fotos são empalhados. O restante são bichos vivos fotografados em seu habitat natural, na savana do Quênia, ou em zoológicos, diz ela.
O fotógrafo Thomas Subtil, co-autor da "Animetrô", já havia realizado fotomontagens de animais selvagens (que ele fotografou no Quênia) em situações insólitas.
Em seu trabalho anterior, "Hakuna Matata", ele mostrou elefantes fazendo acrobacias, zebras fazendo fila para ir ao banheiro ou ainda girafas segurando nos dentes um varal de roupas.
Nas fotos da exposição "Animetrô", os dois fotógrafos realizaram juntos as fotografias de animais, de estações de metrô parisienses e as fotomontagens, diz Rebotier.
Diante do sucesso da mostra, ela foi prorrogada algumas semanas e ficará em cartaz até 22 de maio na Millésime Gallery.
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