Topo

Americano cria conexão com filho autista em ensaio de fotos

Projeto de Timothy Archibald, que registra rituais repetitivos do filho, Elijah, foi lançado em livro - Timothy Archibald
Projeto de Timothy Archibald, que registra rituais repetitivos do filho, Elijah, foi lançado em livro Imagem: Timothy Archibald

28/05/2013 06h30

O fotógrafo americano Timothy Archibald realizou um projeto fotográfico com imagens de seu filho Elijah, que tem autismo.

Archibald se sentia totalmente desconectado do filho, que tinha cinco anos quando ele começou a fotografá-lo. Muitas vezes ele se questionava sobre a razão da condição de seu filho, se Elijah deveria tomar medicamentos.

Devido a esta dificuldade de comunicação com Elijah, Archibald iniciou o projeto Echolilia. O projeto se transformou em um livro com 43 fotos, no qual registra alguns dos rituais repetitivos de Eli, como o fotógrafo chama o filho.

O nome do projeto vem da palavra ecolalia, o termo técnico usado para indicar a repetição de sons e frases muito comum entre crianças com autismo, incluindo crianças que podem falar e frequentam escolas regulares, como é o caso de Elijah.

"No começo, Eli não sabia exatamente do que se tratava", disse Archibald à BBC. "Mas, depois, se transformou no projeto de ambos. Foi como se finalmente tivéssemos algo em comum, juntos. Meu papel como líder mudou. Me transformei em amigo e era isto o que ele precisava naquele momento."

"As fotos feitas no começo do projeto são mais escuras que as últimas. Demonstram a tensão que se vivia em casa", acrescentou.
O relacionamento entre pai e filho mudou radicalmente.

"O que aconteceu com Eli e eu é que logo conseguimos uma base, uma história compartilhada. É como quando você sofre um acidente de carro e só você e seu amigo sobrevivem, é criado um vínculo, ocorre uma aproximação. Aconteceu isto quando Echolilia nasceu e não existia nenhuma ligação entre nós", disse o fotógrafo.

"Meu interesse pela fotografia provocou o nascimento do projeto, mas agora preciso que ele tenha seus próprios interesses. Ele é atraído por beisebol, videogames, como qualquer menino. Cada vez que ele assina um exemplar do livro (todos os livros são autografados por pai e filho), Eli recebe um dólar de recompensa. Por isso, continua fazendo', disse Archibald.