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03/07/2009 - 18h50

Sophie Calle e Catherine Millet levam sua intimidade para a Flip; veja o que rolou nesta sexta

DANIEL BENEVIDES
Colaboração para o UOL, de Paraty
Logo na manhã de sexta-feira, dia 3, na Pousada do Ouro, um pouco alheia ao movimento nas ruas em torno, acontecia a coletiva com duas das convidadas mais polêmicas: a artista Sophie Calle e a escritora e crítica de arte Catherine Millet.

  • Daniel Benevides/UOL

    As francesas Catherine Millet (e) e Sophie Calle (d) posam em Paraty. Millet participou de debate com a irlandesa Edna O´Brien nesta sexta, dia 3. Calle, está entre as atrações da programação de sábado, dia 4, ao lado do também francês Grégoire Bouillier

A primeira, simpática, com uma capa furta-cor e grandes óculos com lentes de hipermetrope, falou de sua exposição "Prenez Soin de Vous" ("Cuide de Você", em que 107 mulheres comentam o e-mail de rompimento que ela recebeu do ex-namorado, o escritor Grégoire Bouilier, com quem deverá se encontrar numa mesa no sábado A exposição será inaugurada dia 10, no Sesc Pompéia, em São Paulo. "Ele não é uma vítima, mas um ótimo escritor. Ele não gostou nem um pouco da exposição, mas respeitou meu trabalho. Estou feliz com esse encontro", disse.

Catherine Millet, com um grande crucifixo de madeira no peito, também ficou conhecida por expor sua intimidade em livros como "A Vida Sexual de Catherine M.", no qual conta de sua agitada vida sexual, e "A Outra Vida de Catherine M." em que discorre, surpreendentemente sobre o ciúme. "Conheci melhor o ciúme estudando Salvador Dalí. Tem tudo a ver com percepção visual. O ciumento é um espião", disse.

  • Daniel Benevides/UOL

    Casal Macambira e Querindina veio da Paraíba para vender suas poesias de cordel nas ruas de Paraty. O preço? "3 por 5"

Cordel arretado e maracatu
Macambira e Querindina vieram da Paraíba no lombo das "asas duras" de um avião, com passagens conseguidas com patrocínio. "A gente preferia vir montado num jumento, que é da tradição. Mas o Diretório Nacional dos Asnos está em greve", explica Macambira (ou seria Querindina?).

Andam pelo Brasil inteiro divulgado seus livrinhos de cordel, os quais vendem na base de "3 por 5". Já é a sétima vez que vêm à Flip. O avô e o pai de Macambira também eram escritores. "Está no sangue, por isso nunca fiz transfusão, pra não perder o dom."

Ao lado deles, Paulo Cavalcante equilibra-se num toco de madeira, segurando seu romance "regionalista" sobre a luta do sertanejo. É professor de história, mas faz das tripas coração para estar em todas as feiras literárias do país. "Compro passagem pelo crediário", conta, com candura. Alega "não ter ânsia financeira", para ele o que importa é trocar ideias com as pessoas.

Ali perto, na rua da Cadeia, o maracatu come solto. Uma banda de cerca de dez pessoas de branco desce a mão nos tambores e faz a festa dos turistas, que sacam rapidamente suas câmeras, felizes de registrarem um momento "autêntico".
  • Fotomontagem/Daniel Benevides/UOL

    Seguido de turistas ansiosos por registrar o momento (d), grupo toca maracatu pelas ruas da cidade (e)


Chove chuva
A Flip continua quente, apesar do frio e da chuva, que insiste em cair, fininha. As milhares de pessoas que acorreram a Paraty para o maior evento literário do país continuam a fazer filas em todos os pontos da Flip: telões, lojas, Casa de Cultura, Flipinha, Flipzona, tendas.

  • Daniel Benevides/UOL

    Cristóvão Tezza, o premiado autor de "O Filho Eterno" posa com uma fã nas ruas de Paraty

Oba-oba
O crítico literário Manuel da Costa Pinto, da "Folha de S.Paulo" e TV Cultura, se apressava para encontrar Cristóvão Tezza, o premiado autor de "O Filho Eterno". No caminho falou sobre a Flip: "Existe em torno da Flip um óbvio oba-oba que põe a literatura um pouco a perder. Parece uma tentativa de docilizar a literatura, que é o contrário do que fazem os grandes escritores - eles não nos confortam, te desalojam, buscam o desvio da norma". Mas concede que é bastante positivo atrair tanta gente em torno dos livros.

CQTeste
Rafael Cortez, um dos mosqueteiros do CQC, também circulava na saída da tenda dos autores. Simpático, disse estar "à paisana". Chegou às quatro da manhã sem credencial nem convite. Quer ver Chico Buarque, de quem leu todos os livros menos o último.

Flipzona e web
Assim como Cristóvão Tezza, Marcelo Tas achou o Richard Dawkins muito light: "acho que ele já foi contaminado pelo sincretismo brasileiro. É simpático, imaginava que ele fosse meio ranzinza. Gosto das ideias dele, mas achava ele sem suíngue. Ontem ele me ganhou, por causa do humor. Aliás, ele falou: 'leiam o meu livro com humor - é um livro engraçado', referindo-se a "Deus - um Delírio"". Tas lembra, rindo, da pergunta da platéia, Se você morresse e encontrasse deus, o que diria?, ao que Dawkins respondeu: "Que tipo de deus é você?"

O comandante do CQC é consultor de comunicação para web da Flip desde o ano passado: "A gente tem de ampliar a Flip para fora, levando tendas virtuais para o resto do país", entusiasma-se ao falar do projeto, que inclui a transmissão das mesas. Ele também é um dos organizadores da Flipzona, montada no antigo cinema da cidade. É lá que ele e outros convidados dão oficinas e cursos sobre blogs, twiters e animação para a garotada de 10 a 17 anos. Segundo Tas, a revelação é Júlia, de 10 anos "nossa repórter com maior rendimento".
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