Na visita aos estúdios em Toronto, a primeira expectativa é conhecer a casa dos Waterford, na qual June foi oprimida e violentada nas duas primeiras temporadas. Mas a casa pegou fogo, e agora June vai trabalhar na casa de outro poderoso, o comandante Lawrence - aquela em que Emily esfaqueou a cruel Tia Lydia e a fez rolar da escada no último episódio.
"Desta vez tínhamos que sair da casa dos Waterford pra outro ambiente. Já havíamos esgotado todos os ângulos pra filmar aquela casa", conta a produtora Kim Todd. Ela sua equipe montaram no estúdio um lar ainda mais sinistro do que o anterior, com nove ambientes, cheia de lustres pesados, móveis antigos e paredes escuras forradas com um papel florido e antiquado.
No escritório do novo comandante, uma surpresa: um grande mapa de Gilead pendurado na parede - o mesmo que hoje conhecemos como os EUA. No mapa estão indicados os bolsões de resistência ao regime, como Chicago e toda a costa Oeste, além dos fluxos de refugiados - as famílias que conseguiram escapar rumo ao Canadá. Um paralelo esperto com os EUA de Donald Trump.
O quarto onde June passa a morar segue austero: apenas uma cama, uma cadeira e uma lâmpada. Mas desta vez ela tem direito a tranca na porta - um privilégio num mundo onde as mulheres são controladas 24 horas por dia. Mas por que seu quarto é maior que o das outras aias? "Simplesmente porque filmamos mais ali, e precisamos de mais espaço pras câmeras", brinca a produtora.
O único ambiente mais claro é a cozinha, onde as aias podem ter mais intimidade e conversar longe dos patrões. A cenógrafa Elisabeth Williams inseriu muitos utensílios antigos porque Gilead voltou a ter a agricultura como base. E não há aparelhos eletrônicos como microondas porque, na ficção, acredita-se que eles podem prejudicar a fertilidade.