"Eu não estudei leões ou como eles se comportam na vida real. O fundamental foi entender a relação que Scar tem com poder e status", disse o ator Chiwetel Ejiofor em entrevista exclusiva ao UOL, em Los Angeles, sobre como foi dublar Scar no novo O Rei Leão.
O britânico não levou em consideração outros vilões ou o trabalho de Jeremy Irons na animação original. Ele se aprofundou na mente do antagonista poderoso para incorporar a sua melhor interpretação.
"Eu preferi encontrar o lado psicológico dele e deixar a voz seguir naturalmente. Quando eu comecei a fazer Scar, eu fazia com a minha mesma voz, porque isso não importava para mim. Mas aos poucos foi ficando diferente pelo jeito grave como ele fala", diz o ator, indicado ao Oscar por 12 Anos de Escravidão.
Chiwetel admite que adorou o desafio de atuar apenas com a sua voz, e que essa ramificação da sua profissão é sempre um risco para um ator. "Quando você está de frente para a câmera e não pode se comunicar, você precisa usar os olhos, as expressões e o corpo. E adoro o oposto disso, quando você só tem a voz sem sua imagem."
Ele percebeu apenas que tudo se encaixou quando esteve junto com os colegas de elenco e viu uma cena completa. "E então você vai percebendo, quando os atores se juntam, como as vozes são compreendidas e é um processo colaborativo muito bonito".
O britânico sabe que sua voz pode não agradar a todos que vão assistir ao filme, especialmente pela lembrança nostálgica da animação e da dublagem marcante de Scar (que, na versão brasileira, ficou a cargo de Jorgeh Ramos em 1994, e na nova versão será a voz de Rodrigo Miallaret).
"Eu tenho noção de que algumas pessoas vão gostar, outras não, e isso é a vida. Mas foi verdadeiro para mim."