Kathy Griffin não se surpreende ao ouvir que, no Brasil, um grupo de humoristas foi alvo de um ataque a bomba e quase teve um especial de Natal judicialmente censurado por retratar um Jesus Cristo homossexual. A comediante de 59 anos, afinal, há quase três anos lida com ataques e ameaças por ter divulgado uma foto em que aparece segurando uma máscara do presidente norte-americano Donald Trump, como uma cabeça decapitada.
"Vou ser honesta, e espero não alienar os fãs que ainda tenho. Mas nós, americanos, não somos muito bons em acompanhar notícias do resto do mundo. Eu acho que 99% dos americanos não sabe o quão perto estamos da situação do Brasil".
Após a imagem rodar o mundo, Griffin foi investigada e passou meses sendo detida nos aeroportos pelos quais viajava. Criticada por personalidades à esquerda e à direita, a humorista perdeu trabalhos e entrou para a lista de personae non gratae de Hollywood. Só foi voltar a atuar agora, com uma participação na segunda temporada da série You (Você). Mas isso não a derrubou: ela fez uma lucrativa turnê mundial que arrecadou US$ 4,4 milhões e lançou, com recursos próprios, o filme Kathy Griffin: A Hell of a Story, no qual relata o período turbulento pelo qual passou.
Em entrevista exclusiva ao UOL, Griffin fala sobre sua resistência contra Trump, a luta contra o machismo e a misoginia na comédia, e, entre outras coisas, como foi passar o Natal com a família Kardashian.