Em tempos conturbados na política e na sociedade brasileira, naqueles momentos em que o povo vai para a rua, como aconteceu em 2013 e em parte da campanha eleitoral deste ano, um hino do thrash metal costuma ser lembrado e compartilhado: "Refuse/Resist", música que fala sobre resistência e abre o disco "Chaos AD", do Sepultura, de 1993.
Desordem desencadeada
Começando a queimar
Começando a linchar
Silêncio significa morte
Mantenha-se de pé
Medo interior
O seu pior inimigo
Recuse, resista!
Vinte e cinco anos depois, Max Cavalera, autor da música, e o baterista Iggor, seu irmão, mantêm a mensagem de resistência. Cada um à sua maneira.
Iggor, mais direto, admite que metaleiros conservadores não entenderam bem o discurso que trazem desde os tempos de Belo Horizonte.
Max, mais escorregadio no tema, não gosta de falar de política, mas não esconde que odeia os políticos. Sua fala, diz ele, é pelos oprimidos.
Em conversa com o UOL, os irmãos (que ficaram dez anos sem se falar após Max deixar o Sepultura) falaram sobre essa combinação de política e música, que ferveu no período de eleições no Brasil, sobre o que o nome Sepultura ainda representa depois de muito bate-boca pela imprensa com Andreas Kisser e os atuais integrantes da banda, e ainda contaram como o sobrenome Cavalera, com Max chegando a cinco netos, está produzindo a terceira geração de metaleiros nos palcos mundo afora.