Danny DeVito aos poucos consolidava sua carreira no teatro quando, em 1975, foi convidado para reprisar no cinema o personagem que interpretara numa peça off-Broadway: Martini, um dos internos no manicômio de "Um Estranho no Ninho", com direção de Milos Forman, em um elenco encabeçado por Jack Nicholson.
O sucesso foi imediato, mesmo que DeVito tenha escolhido emprestar seu talento considerável para a série de TV "Táxi", no ar entre 1978 e 1983, que lhe deu fama e reconhecimento --inclusive um Globo de Ouro e um Emmy. O fim de "Táxi" fez com que seu olhar mais uma vez se voltasse para o cinema - primeiro em "Laços de Ternura", mais uma vez ao lado de Nicholson, depois em "Tudo por Uma Esmeralda" (foto ao lado), aventura de Robert Zemeckis com Michael Douglas e Kathleen Turner. A essa altura, DeVito já era astro consagrado, sempre em busca do próximo desafio.
Se em 1984 DeVito arriscou dirigir um filme para a TV a cabo americana, a comédia "The Ratings Game", no cinema ele mostrou entender do riscado em 1987 com "Jogue a Mamãe do Trem", uma mistura de comédia e trama policial que homenageava sem pudor o clássico "Pacto Sinistro", de Alfred Hitchcock. Nos anos seguintes, ele imprimiu sua marca e seu ecletismo em uma série de longas que abraçavam o humor negro ("A Guerra dos Roses"), o drama biográfico ("Hoffa") e até a fábula infantil ("Matilda)".
Seu último filme como diretor foi "Duplex", que em 2003 uniu Ben Stiller e Drew Barrymore, mas ele ainda tem histórias para contar. "Estou de olho em um par de roteiros", deixou escapar com um ar de mistério. "Mas preciso de tempo. Fiz uma peça na Broadway e meio que tomei outro rumo quando voltei para a televisão. Já são 13 anos de Sunny".
"Sunny" é, na verdade, o modo carinhoso com que Danny se refere à sitcom de humor negro "It's Always Sunny in Philadelphia", que estreou em 2005 e segue forte. "Eu simplesmente gosto de fazer coisas", explica, justificando a enxurrada de projetos que não o deixar respirar.
Sinto que a gente não pode ficar parado. Temos de fazer coisas, todos os dias. E eu tenho muita sorte na vida em fazer coisas que me encantam e que são divertidas.
No meio tempo, DeVito arrumou espaço para criar uma produtora, a Jersey Films, ao lado da mulher, a também atriz Rhea Perlman. Criada para facilitar a produção de "Hoffa", sem as amarras de um grande estúdio, a empresa terminou por incentivar a carreira de uma pá de talentos, como Steven Soderberg e Quentin Tarantino.