Baco trabalha. E como trabalha. Em 2017, o rapper botou o premiadíssimo "Esú" na rua. Um ano depois ele volta com "Bluesman", disco lançado no último 23 de novembro, que chegou conquistando fãs e agradando os críticos que se derretem pela criatividade do baiano de 22 anos e se desdobram em elogios para propagar a mensagem desse prolífico membro da facção carinhosa.
Uma das coisas que mais me espantou no Baco foi o curto espaço para lançar dois discos maravilhosos. "Bluesman" é uma evolução muito clara entre os dois projetos (se você não gostou do primeiro disco, dê uma chance para este). De qualquer forma, Baco não bolou dois discos em dois anos. Ele bolou quatro. Sim, você leu aqui primeiro: já há um terceiro e quarto discos a caminho.
"Eu precisava soltar logo o 'Bluesman', não dava para esperar dois anos. Eu tenho muita ideia. Durante a criação do 'Bluesman', a gente já começou a fazer o terceiro disco. E no meio disso tudo, a gente já sabia como ia ser o quarto disco", ele diz. "E eu tenho uma equipe muito foda. A vontade deles de trabalhar comigo é infinita. Quando não estamos viajando, estamos gravando disco. Quando não é isso, estamos trabalhando em outro projeto. Dia todo no estúdio".
E quão avançado está o próximo projeto? Só mapeado na cabeça ainda, né? Nem. "O terceiro disco já tem todos os beats, todos os refrões". Baco trabalha, não se esqueça. Pergunto quanto tempo levou para a gravação do disco. Ele diz: "Nove meses", como quem demorou muito. Eu olho para ele confuso. Ele dá risada.
Baco no cara a cara é um maluco doce, transparente, mas sem deixar de lembrar um forte soldado importante para nossa cultura.