Veja os projetos mais ousados para reconstruir a catedral de Notre-Dame
Desde que o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou um concurso internacional para escolher o projeto de reconstrução da catedral Notre-Dame de Paris, os maiores escritórios de arquitetura do mundo se lançam com as ideias mais ousadas para substituir o telhado e a agulha destruídos pelo incêndio.
Alguns mantêm os traços da estrutura original, mas inovam nos materiais. Outros dão asas à imaginação e veem na ocasião a oportunidade de introduzir profundas modificações.
É o caso da proposta dos jardins suspensos apresentada pelo NAB Studio, de Paris, focada na agricultura urbana. As jardineiras seriam feitas com os restos da madeira queimada no incêndio, onde brotariam plantas e flores, e também frutas e legumes.
Já a agulha abrigaria colmeias de abelhas --retomando um projeto que já existia sob o antigo telhado. "Uma catedral da sua época, voltada para o futuro e representando os desafios do nosso tempo", diz o projeto.
Outro francês, o arquiteto Mathieu Lehanneur, considera que na discussão entre o moderno e o antigo, o melhor é congelar o momento do incêndio. No lugar da agulha, ele imaginou uma imensa flama de metal, enquanto o telhado seria reconstruído em vidro.
O vidro aparece na maioria dos projetos contemporâneos divulgados até agora. O russo Alexander Nerovnya imaginou uma reconstituição do projeto original - com a diferença que o telhado não seria mais de chumbo. A agulha, por sua vez, parece idêntica à planejada por Viollet Le Duc no século 19.
Semelhante, o projeto dos franceses Godat & Roussel propõe um telhado envidraçado, sob o qual os visitantes poderiam passear e admirar a vista de Paris. A agulha deles se inspira na original, porém seria de vidro e cobre.
Entre tantas propostas, há também de brasileiros. O escritório Aj6 Studio, de São Paulo, retoma uma das principais atrações da catedral, os vitrais --e os espalha por todo o telhado. O desenho da cobertura e da agulha seriam idênticos aos originais. O arquiteto Alexandre Fantozzi, que apresentou o projeto no Instagram, defende a restauração, e não a recriação do monumento.
Os vitrais poderiam ser iluminados à noite, gerando um efeito de "grandiosidade", conforme explicou Fantozzi. "No gótico, há a conexão entre a Terra e o céu, e dentro da catedral, a iluminação natural se multiplica em cores através do filtro do telhado de vitrais."
Já os italianos Massimiliano e Doriana Fuksas adotariam cristais Baccarat, para simbolizar " fragilidade da história e espiritualidade". A estrutura também poderia ser iluminada à noite. Para eles, a "luz representa a imaterialidade" da catedral parisiense.
E quem disse que a exuberância do novo telhado precisa ser material? A agência parisiense de eventos de luxo Shortcut, especializada em espetáculos luminosos, opta por substituir toda a estrutura por canhões de luz em direção ao céu, com destaque para a agulha em versão luminosa.
O projeto já foi apresentado à prefeitura de Paris e se enquadra na convicção de alguns arquitetos, historiadores e especialistas em patrimônio de que o incêndio faz parte da história da catedral - portanto, ela não deve ser reconstruída.
A exemplo de Fantozzi, o escritório eslovaco Vizum Atelier também retoma as intenções dos góticos de chegar aos céus. Os arquitetos desenharam uma agulha leve, que projeta luz até além das nuvens. "Le Duc tentou isso no século 19 e chegou perto. Agora, é possível acontecer", explicou.
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