Carta em que Einstein duvida da existência de Deus é leiloada por R$ 11,2 mi
Uma carta manuscrita de Albert Einstein, na qual o físico questiona a existência de Deus, foi vendida em Nova York, em um leilão organizado pela Christie's, na noite de terça (4) por US$ 2,89 milhões.
Na carta, datada de 1954 e endereçada ao filósofo judeu alemão Eric Gutkind, Einstein refuta quaisquer crenças religiosas. Segundo a Christie's, antes de ser leiloada na terça-feira, o documento já havia sido oferecido em leilão em 2008 e comprada por um colecionador por US$ 404 mil.
"A palavra Deus não é nada para mim, mas a expressão e o produto da fraqueza humana, a Bíblia é uma coleção de lendas veneráveis, mas ainda muito primitivas", escreve o físico alemão um ano antes de sua morte, em abril de 1955.
"Nenhuma interpretação, por mais sutil que seja, pode (para mim) mudar isso", acrescenta no documento de uma página e meia escrito em alemão.
Novo recorde
Esse é um novo recorde para uma carta do vencedor do Prêmio Nobel de Física de 1921. O preço também é consideravelmente superior ao estimado para o documento, entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão.
Em março de 2002, uma carta de Einstein dirigida em 1939 a Franklin D. Roosevelt, então presidente dos Estados Unidos, alertando sobre projetos atômicos alemães, foi comprada por US$ 2,1 milhões.
Judaísmo foi alvo de críticas de Einstein
Filho de judeus, Einstein fugiu da Alemanha para os Estados Unidos aos 54 anos, quando Adolf Hitler chegou ao poder. No entanto, no documento, o cientista assegura que o judaísmo não é superior a outras religiões e que os judeus não são o povo escolhido. "Para mim, a religião judaica é como todas as outras religiões, uma encarnação da superstição primitiva", escreve Einstein.
Na carta, Einstein também expressa toda a sua sinceridade sobre os judeus. "O povo judeu, ao qual eu pertenço com muito gosto, e em cuja mentalidade me sinto profundamente ancorado, para mim, não tem nenhum tipo de dignidade diferente de outros povos", afirma. "Na minha experiência, eles não são de fato melhores do que outros grupos humanos", completa o físico.
(Com informações da AFP)
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