Mestre japonês do erotismo é celebrado no Festival de Cinema de Bundas
Há cinco anos os moradores da capital francesa se deleitam com um festival de cinema nada convencional. Assim que o verão começa e a temperatura sobe, corpos nus podem ganhar as telonas. Intitulado com o sugestivo nome de Festival de Cinema de Bundas, o evento, que começa nessa quinta-feira (28), já virou uma tradição em Paris, atraindo espectadores curiosos pelos filmes eróticos japoneses. Quem detalha a programação é o jornal francês Le Monde, em sua edição desta quarta-feira (27).
Segundo Le Monde, a ideia nasceu de duas amantes da arte erótica: Anastasia Rachman e Maud Bambou. Durante quatro dias, os filmes selecionados estarão em cartaz em três salas do famoso bairro boêmio do Quartier Latin. "São títulos raros ou inéditos, que celebram a anatomia humana e a sexualidade em diferentes abordagens", diz o periódico.
A edição desse ano é dedicada ao Japão, país onde erotismo e belas artes andam de mãos dadas, dos anos 60 aos dias de hoje. O festival joga luz sobre a obra de Tatsumi Kumashiro (1927-1995), autor do extraordinário Belladona (1973), que terá uma mini retrospectiva de seu trabalho", lembra o diário francês.
Antes relegados a raras exibições, os 35 filmes dirigidos por Kumashiro permanecem pouco conhecidos do grande público. Seis deles serão apresentados durante o evento na capital francesa.
Liberação total
No início dos anos 1970, a prestigiosa produtora de filmes japonesa Nikkatsu enfrentava dificuldades frente à concorrência da televisão. A saída foi lançar uma série de títulos eróticos que a salvariam da falência. "Kumashiro foi um dos nomes que despontaram nesse movimento, mesmo após o fracasso de seu primeiro longa-metragem, 'Front Row Life'. A partir de 1972 ele lança doze filmes. Filmagens à distância, com longas sequências, são algumas de suas marcas", publica Le Monde.
O festival aborda a diferença fundamental entre os espectadores masculinos e femininos. "Enquanto os homens permanecem aprisionados dentro de um teatro mental, de frustração e jogos de poder, que os impedem de desfrutar de um estado de sublimação que caracteriza o gozo feminino", destaca o diário francês. "E é precisamente nesta explosão selvagem que culmina a beleza do cinema de Kumashiro", diz Le Monde.
"O corpo feminino conquista sua autonomia no cinema de Kumashiro, afirmando-se em todo o seu esplendor, libertando-se do voyeurismo masculino", destaca o jornal. Outros títulos da mostra são La Sorcièere, de Jules Michelet e Inflatable Sex Dolls of the Wastelands, de Atsushi Yamatoya.
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