Topo

Juiz ameaça prender Harvey Weinstein por usar celular no tribunal

EDUARDO MUNOZ
Imagem: EDUARDO MUNOZ

07/01/2020 15h52

Por Gabriella Borter e Brendan Pierson

NOVA YORK (Reuters) - O julgamento de estupro de Harvey Weinstein teve uma reviravolta dramática nesta terça-feira, quando o juiz ameaçou revogar a fiança e prender o ex-produtor de cinema depois de flagrá-lo usando o celular durante a seleção do júri.

"É realmente assim que você quer terminar na prisão pelo resto da vida, enviando mensagens e violando uma ordem judicial?", indagou o juiz estadual James Burke ao réu de 67 anos, visivelmente irritado. Ele mandou que Weinstein não respondesse.

A vice-procuradora-assistente Joan Illuzzi, que conduz o caso, exortou Burke a prender Weinstein.

"Existe um risco sério de que este réu se dará conta em algum momento de que os indícios contra ele são imponentes e esmagadores" e que tentará fugir, disse ela.

O juiz acabou decidindo não prender Weinstein, mas alertou que ele não terá outra chance.

"Não quero desculpas, quero obediência", disse Burke.

O ex-produtor antes poderoso foi solto sob fiança, mas tem que usar um dispositivo de monitoramento eletrônico que era visível no tornozelo quando ele saiu de um SUV ao chegar ao tribunal nesta terça-feira.

Weinstein se declarou inocente das acusações de agressão de duas mulheres em Nova York. Ele enfrenta o risco de uma pena de prisão perpétua se for condenado pela acusação mais grave, a de agressão sexual predatória.

Na segunda-feira, poucas horas após o início do julgamento de Weinstein em Nova York, a promotora de Los Angeles Jackie Lacey acusou o ex-produtor de agressão sexual a duas mulheres não identificadas em 2013.