Com volta do peronismo, peça argentina explora raízes obscuras do movimento
Por Lucila Sigal
BUENOS AIRES (Reuters) - Gonzalo Demaría tem fascínio pelos "fantasmas" do passado da Argentina, em particular pelas raízes do peronismo, o movimento político mais influente do país desde os tempos de Juan Perón e sua esposa, Eva Perón, e que está prestes a voltar ao poder.
O dramaturgo argentino, cuja peça satírica "Happyland" está em exibição em Buenos Aires, adota uma nova abordagem centrada em Isabel Perón, menos festejada que "Evita", mas que se tornou a primeira mulher presidente da Argentina quando Juan Perón morreu em 1974.
Agora o país se prepara para a volta dos peronistas, que venceram as eleições no mês passado e retornarão ao palácio presidencial da Casa Rosada em dezembro. A vice-presidente da chapa foi Cristina Kirchner, uma encarnação atual do peronismo muitas vezes comparada com Evita.
A peça mistura fatos históricos com mitologia e licença poética, acompanhando Isabel, a terceira esposa de Perón, desde quando conheceu o líder argentino no Panamá até seu aprisionamento em 1976 na Patagônia depois de ser deposta pela ditadura militar.
"Estou feliz pelo fato de a obra chacoalhar as coisas e, consequentemente, nos fazer pensar. Isso é uma sombra de nossa história que não deveríamos rejeitar, nem deveria nos fazer sentir vergonha", disse Demaría à Reuters, descrevendo a peça como uma "história de fantasma e uma sátira política".
Algumas cenas se referem às pessoas mortas por um esquadrão da morte ligado ao governo conhecido como "Triplo A", e em outra Evita confronta diretamente Isabel, que em março de 1976 foi afastada por um golpe militar que deu ensejo à "Guerra Suja" de sete anos.
Isabel Perón está com 88 anos e mora em Madri, e Evita continua sendo uma figura poderosa no país.
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