Orquestra Jovem Palestina supera política e religião para viajar pelo mundo
Por Stephen Farrell e Nidal al-Mughrabi
JERUSALÉM (Reuters) - A maioria dos músicos internacionais relutaria diante da perspectiva de uma viagem de dois dias atravessando postos de verificação militares em alerta para contrabandistas de armas para fazer seus ensaios finais – mas para Ibrahim Masri, de 19 anos, são ossos do ofício.
Ele faz parte da Orquestra Jovem Palestina, que está em turnê pela Europa há três semanas e cujos 76 membros, que incluem muçulmanos, drusos e cristãos, superam fronteiras e divisões religiosas.
Eles dizem que não conseguem reunir toda a orquestra em casa porque as restrições de Israel tornam difícil demais juntar músicos de Gaza, da Cisjordânia e de Jerusalém e refugiados no exterior.
"Conseguimos tocar, mas é duro viajar", disse Ibrahim, que teve que viajar dois dias saindo de Nablus, na Cisjordânia, e atravessar a vizinha Jordânia para chegar a Oslo, onde a trupe se encontrou.
"Quando vamos para Birzeit (na Cisjordânia) ou para Ramallah passamos por postos de verificação. E especialmente quando você está com seu instrumento musical e é revistado, perguntam 'o que é isso, por que isso está com você?'", disse ele à Reuters TV.
"É sempre um transtorno quando você vai de uma cidade a outra para poder se reunir".
Israel diz que suas medidas de segurança para a Cisjordânia visam proteger seus cidadãos de ataques de homens-bomba e atiradores, que tiveram um pico durante os levantes palestinos no final dos anos 1980 e início dos anos 2000.
Com um programa que combina música clássica tradicional e árabe, a orquestra fez apresentações na Noruega, Suécia, Dinamarca, Alemanha e Holanda.
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