Almodóvar volta a reunir Penélope Cruz e Antonio Banderas em "Dor e Glória"
Por Sabela Ojea
MADRI (Reuters) - Ganhador de dois Oscar, Pedro Almodóvar apresentou seu drama retrospectivo "Dor e Glória", na noite de quarta-feira, em Madri, reunindo pela segunda vez Penélope Cruz e Antonio Banderas, cujas carreiras decolaram em Hollywood depois de protagonizarem filmes do diretor espanhol.
O filme autobiográfico, no qual Banderas interpreta Almodóvar no presente mais próximo e Penélope sua mãe quando este era jovem, encerra uma trilogia formada por "A Lei do Desejo", de 1987, e "A Má Educação", que estreou em 2004.
As criações de Almodóvar, que faz 70 anos em 2019, não costumam seguir uma estrutura linear e dão protagonismo, entre outros, a personagens LGTBI.
"Dor e Glória", que estreia na Espanha em 22 de março, ainda não tem data de lançamento nos Estados Unidos e na Europa, disse à Reuters a produtora, El Deseo, de Almodóvar.
"Este filme foi um alívio para mim, mas é delicadíssimo brincar com a sua própria vida e convertê-la em ficção", disse Almodóvar no tapete vermelho da pré-estreia antes da projeção do longa-metragem.
Banderas, de 58 anos, e Penélope, de 44, já dividiram a tela em 2013 em "Os Amores Passageiros".
O melancólico "Dor e Glória" fala das etapas diferentes pelas quais um diretor de cinema passa por acaso e trata de momentos distintos de sua vida, como sua infância, a relação com sua mãe, seus primeiros amores e o vazio de não saber se conseguirá continuar dirigindo filmes.
"De todas as atrizes que conheci em Hollywood, não houve nenhuma que não tenha me perguntado como é trabalhar com Pedro, o que tenho que fazer para trabalhar com Pedro, e sempre lhes digo: aprender espanhol", disse Penélope, a primeira atriz espanhola indicada a um Oscar por seu papel em "Volver", de 2006.
Três anos mais tarde ela ganhou um Oscar de melhor atriz coadjuvante por "Vicky Cristina Barcelona".
Na nova produção, a madrilenha canta uma canção de Lola Flores com Rosalía, ganhadora de dos Grammys conhecida por misturar o flamenco mais tradicional com música urbana.
"Interpretar Almodóvar tem sido algo muito comovente, fazemos filmes juntos há 40 anos", disse Banderas, que trabalha com o diretor e roteirista pela oitava vez em "Dor e Glória".
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