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Museu britânico devolverá à Etiópia mechas de cabelo real cortadas por soldado há 150 anos

04/03/2019 13h09

Por Aaron Maasho

ADDIS ABABA (Reuters) - Um museu no Reino Unido concordou em devolver mechas de cabelo cortadas do cadáver de um governante por um soldado britânico há mais de 150 anos, disse a Etiópia nesta segunda-feira.

O imperador Tewodros II tirou a própria vida após sua derrota por tropas britânicas na Batalha de Magdala no norte da Etiópia em 1868. Seu filho, o príncipe Alemayehu, foi posteriormente levado para o Reino Unido, onde morreu em 1879 aos 18 anos.

    As mechas, cortadas como lembrança por um artista do exército, fazem parte da coleção do Museu Nacional do Exército em Londres desde 1959, doada pela família de um artista que pintou o imperador em seu leito de morte, disse o museu.

    O museu concordou em repatriar os itens de sua coleção, considerados restos humanos, depois de um pedido do ministro da Cultura e Turismo da Etiópia em abril do ano passado, informou o museu em um comunicado.

    "Os objetos são considerados significativos para a coleção do museu por sua conexão histórica com uma grande e única campanha travada pelo exército britânico em 1868 e foram coletados de boa fé", afirmou.

    "O Museu Nacional do Exército permanece em discussões com a Embaixada da Etiópia em Londres sobre os preparativos para o retorno formal dos itens."

    A Embaixada da Etiópia no Reino Unido "saúda e elogia a decisão unânime dos curadores do Museu Nacional do Exército de devolver as mechas de cabelo pertencentes ao imperador da Etiópia, Tewodros II", disse um comunicado.

    "Para os etíopes em todos os lugares, como as mechas representam os restos mortais de um dos mais reverenciados e amados líderes do país, uma exibição de euforia exultante é esperada quando for devolvida à sua legítima casa na Etiópia", afirmou.

    O imperador Tewodros II reivindicou uma linhagem que remonta ao rei bíblico Salomão e à rainha de Sabá. Sua morte aconteceu depois que uma força britânica invadiu sua fortaleza no topo da montanha para libertar diplomatas europeus, missionários e aventureiros que ele havia encarcerado.