ESTREIAS-Cinebiografia de Chacrinha e suspense "Millenium - A Garota Na Teia De Aranha" chegam aos cinemas
SÃO PAULO (Reuters) - Veja um resumo dos principais filmes que estreiam no país na quinta-feira:
"CHACRINHA ? O VELHO GUERREIRO"
Dirigida por Andrucha Waddington, a cinebiografia de José Abelardo Barbosa de Medeiros (1917-1988), apresentador de TV que ficou famoso como Chacrinha, procura destacar os principais momentos de sua trajetória.
Pernambucano de Surubim, José Abelardo (Eduardo Sterblitch) chega ao Rio quando o navio em que trabalhava como um improvisado baterista da banda de bordo tem que fazer uma parada. Decide ficar pela cidade, então a capital do País, tornando-se radialista.
Foi ainda no rádio que virou Chacrinha (Stepan Nercessian), chegando à televisão no seu início, quando ninguém, nem ele, acreditava no poder da telinha. Muito versátil, ele já dominava as técnicas da comunicação popular, com seu visual carnavalesco e comportamento pré-politicamente correto, empunhando a buzina para gongar calouros, disparando bordões como ?Alô, alô Terezinha? e realizando seus inacreditáveis arremessos de produtos para a plateia, como bacalhau.
"A GAROTA NA NÉVOA"
O suspense italiano marca a estreia na direção do roteirista e escritor Donato Carrisi, a partir de seu best-seller homônimo, que vendeu mais de 3 milhões de cópias pelo mundo.
Numa cidade isolada nos Alpes italianos, Avechot, acaba de desaparecer uma adolescente de 16 anos, Mary Lou (Ekaterina Buscemi). Seu sumiço abala a tranquilidade do local, onde boa parte da população frequenta uma fraternidade religiosa, incluindo a família da garota, os Kastner.
Chegam à cidade para conduzir as investigações o inspetor Vogel (Toni Servillo) e seu assistente, Borghi (Lorenzo Richelmy), homens experientes em casos complicados. Não é segredo para ninguém que Vogel é um tipo vaidoso, que adora holofotes e não se furta a tirar partido deles. Isto fica evidente por sua peculiar relação com uma famosa e sensacionalista repórter de TV, Stella Honer (Galatea Ranzi) quando aparece o primeiro suspeito, o professor Loris Martini (Alessio Boni).
"TODAS AS CANÇÕES DE AMOR"
Dois tempos e duas histórias de amor guiam a narrativa deste filme romântico brasileiro, ganhador do Prêmio da Crítica na Mostra de São Paulo deste ano. Os romances de Chico (Bruno Gagliasso) e Ana (Marina Ruy Barbosa), no presente, e Clarisse (Luiza Mariani) e Daniel (Julio Andrade), no passado, se entrelaçam por meio de uma fita cassete.
Dirigido por Joana Mariani, o filme busca semelhanças e diferenças entre os dois casais em momentos distintos de seus relacionamentos. Os do passado se separando; os do presente, começando um casamento. Dessa forma, para criar paralelos, o roteiro investe em situações para que, de alguma forma, reverberem nos dois tempos.
As cenas de Luiza e Andrade são bem mais interessantes, porque são atores mais experientes e, além disso, seus personagens são muito mais delineados. A trilha sonora, parte fundamental, resgata músicas românticas que vão de Gal Costa e Cazuza a Leandro e Leonardo.
"MILLENIUM ? A GAROTA NA TEIA DE ARANHA"
Contando três longas suecos e um americano, esta é a quinta incursão da personagem Lisbeth Salander no cinema e, visivelmente, a mais fraca, embora não seja culpa da atriz Claire Foy ? cuja competência pode ser atestada no recente "O primeiro homem". O grande problema deste novo filme recai sobre o roteiro e a direção, assinada pelo espanhol Fede Alvarez.
Trata-se de um filme genérico, que transforma Salander numa espécie de James Bond com superpoderes tecnológicos, cuja maior função é apertar botões e fazer cara de intrigada ou valente. O enredo é banal, começando com a infância traumática da personagem, e logo pula para o presente, com uma trama envolvendo armas nucleares.
O jornalista Mikael Blomkvist também já viu dias melhores. Aqui está mais apagado do que nunca ? parte disso é culpa de uma interpretação anódina do sueco Sverrir Gudnason, a quem falta o punch que tornava o personagem marcante nas mãos de Michael Nyqvist e Daniel Craig.
"OPERAÇÃO OVERLORD"
Como se alguém tivesse alguma dúvida de que os nazistas são completamente do mal, o diretor Julius Avery não poupa esforços para colocá-los na tela como a força mais maligna da história. "Operação Overlord", que é um filme trash com alto orçamento, funciona como um videogame cujo prazer maior é socar nazistas.
Os protagonistas são um grupo de paraquedistas norte-americanos que acaba caindo num pequeno vilarejo francês, ocupado por oficiais e cientistas alemães que realizam experiências grotescas. Os heróis têm uma missão mas, diante do que encontram, esta se torna ainda maior. Com a ajuda de uma francesa (Mathilde Ollivier), tentarão destruir o laboratório.
A maior qualidade do filme talvez esteja em explicitar em forma de videogame como os métodos nazistas eram realmente perversos. É uma mensagem que, estranhamente, ainda precisa ser lembrada no mundo atual.
(Por Neusa Barbosa e Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.