Topo

Justiça rejeita tentativa de Bill Cosby de evitar processo de difamação

Bill Cosby é fotografado ao chegar para julgamento nos Estados Unidos -  Mark Makela/Getty Images
Bill Cosby é fotografado ao chegar para julgamento nos Estados Unidos Imagem: Mark Makela/Getty Images

Andrew Chung

De Washington (EUA)

01/10/2018 13h04

A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou nesta segunda (1º) uma tentativa do comediante Bill Cosby de evitar um processo de difamação apresentado pela ex-modelo Janice Dickinson que o acusou de tentar destruir sua reputação depois que ela o acusou publicamente de estupro.

Os juízes, tomando a decisão seis dias depois de Cosby ser condenado a pena de 3 a 10 anos de prisão na Pensilvânia por uma agressão sexual cometida em 2004 contra outra mulher, se recusaram a ouvir sua apelação do veredicto de uma instância inferior, permitindo que a ação apresentada por Janice prossiga.

A decisão tem como pano de fundo o movimento #MeToo, de combate ao assédio sexual, e coincide com o momento em que Brett Kavanaugh, indicado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Suprema Corte, nega alegações de agressão sexual.

Em 2014, Janice disse em entrevista televisionada que Cosby a estuprou em 1982. Em resposta, o advogado do comediante, Martin Singer, enviou cartas a outros veículos os alertando a não publicar a "invenção difamatória" de Janice, acrescentando que ela estava "buscando publicidade para estimular sua decadente carreira".

Um comunicado subsequente da equipe de Cosby disse que Janice estava mentindo. Singer também emitiu comunicados negando acusações semelhantes de outras mulheres contra Cosby.

Janice o processou por difamação, alegando que a carta e o comunicado tinham como intenção destruir sua reputação. Cosby tentou refutar essas alegações dizendo que a ex-modelo estava tentando reprimir seu direito à livre expressão, garantido pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

No dia 25 de setembro, Cosby foi condenado por três acusações de agressão indecente agravada por ter drogado e agredido sexualmente Andrea Constand, ex-administradora da Universidade de Temple, em sua casa na Filadélfia, em 2004.