Topo

Venda da Versace para Michael Kors criará empregos na Itália, diz Donatella

26/09/2018 15h34

MILÃO (Reuters) - A grife Versace não recebeu nenhuma oferta de investidores italianos antes de ser vendida para a Michael Kors, mas o acordo com o grupo de moda dos Estados Unidos criará empregos na Itália, disse sua diretora de criação, Donatella Versace, aos jornais nesta quarta-feira.

"No último ano a Versace foi abordada por muitas pessoas. Franceses, americanos... mas nenhum italiano. Não fomos nós que nos recusamos a participar de um grupo italiano", disse Donatella, irmã do falecido fundador da marca, Gianni Versace, ao Corriere della Sera.

    Ela acrescentou que o negócio mostra como as marcas italianas são cobiçadas por investidores estrangeiros, concedendo entrevistas semelhantes ao diário La Repubblica e ao jornal financeiro Il Sole 24 Ore e rebatendo as críticas contra a venda para estrangeiros.

    Na terça-feira a Michael Kors concordou em comprar a grife de luxo por 1,83 bilhão de euros, incluindo as dívidas, uma medida que visa permitir que o grupo Kors concorra com rivais europeus maiores e impulsionar as vendas e os lucros da Versace.

    Nas entrevistas, Donatella disse que, em resultado do acordo, a empresa empregará mais pessoas na Itália.

    "Criaremos novos empregos e seremos um estímulo ao desenvolvimento econômico nos territórios em que trabalhamos", afirmou ela ao Il Sole 24 Ore.

    Como parte do acordo, a Michael Kors Holding Ltd será rebatizada como Capri Holdings Ltd, e a família Versace, que detinha 80 por cento da marca, receberá 150 milhões de euros do preço de compra em ações da nova empresa de participações.

    "É uma participação importante", disse Donatella, sem dar detalhes. Os jornais estimaram que a participação ficará entre 1,5 e 2 por cento.

    "Preparem-se, a Versace agora será mais poderosa do que nunca", afirmou Donatella.

     (Por Giulia Segreti)