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Bill Cosby é condenado a passar entre 3 e 10 anos na prisão por agressão sexual

25/09/2018 16h37

Por David DeKok

NORRISTOWN, Estados Unidos (Reuters) - Bill Cosby recebeu uma pena nesta terça-feira que o manterá entre 3 e 10 anos na prisão por agredir sexualmente uma mulher, um veredicto que transforma o antes amado comediante de "America's Dad" em um criminoso condenado.

Em abril, Cosby, de 81 anos, foi considerado culpado de três acusações de agressão indecente agravada por drogar e abusar sexualmente de sua outrora amiga Andrea Constand, ex-administradora da Universidade Temple, em sua casa na cidade norte-americana da Filadélfia em 2004.

A sentença garante que Cosby não passará menos de três anos atrás das grades antes que ele se torne elegível para libertação supervisionada, embora possa ficar na prisão por até uma década.

O juiz Steven O'Neill, do tribunal de pequenas causas do condado de Montgomery, ordenou que Cosby, que estava sob fiança, fosse preso imediatamente.

O'Neill também multou Cosby em 25 mil dólares e determinou que ele pagasse os custos da acusação, classificando o crime de Cosby de "muito sério".

"Igualdade de justiça sob a lei não permite tratamento diferente por causa de quem ele é ou quem ele era", disse O'Neill.

    Cosby foi a primeira celebridade condenada por abuso sexual desde o início do #MeToo, movimento de denúncia de má conduta de âmbito nacional que derrubou dezenas de homens poderosos do entretenimento, da política e outros campos.

    Seus advogados já prometeram apelar da sentença.

    Antes da divulgação da sentença, o juiz O'Neill também decidiu designar Cosby como um "predador sexual violento" de acordo com a lei da Pensilvânia.

Essa designação obriga Cosby a se submeter a um aconselhamento mensal e se registrar como criminoso sexual na polícia pelo resto da vida. Vizinhos e escolas serão notificados de seu endereço e seus crimes.

Mais de 50 outras mulheres também acusaram Cosby de ter cometido abusos sexuais durante décadas, mas a maioria das queixas já prescreveu. O caso de Andrea Constand foi a única alegação que rendeu acusações criminais.

Na segunda-feira, primeiro dia da audiência de atribuição de pena, Andrea disse em um comunicado por escrito entregue à corte que o ataque a transformou em uma mulher "presa em um padrão de imobilidade pela maior parte de sua vida adulta, incapaz de se curar plenamente ou seguir em frente".

"Bill Cosby tomou meu espírito lindo e jovem e o esmagou", escreveu ela.

    Os procuradores haviam pedido a pena máxima de 5 a 10 anos de prisão, citando a natureza do crime de Cosby e seu suposto histórico de má conduta. Se algum dia tivesse direito à condicional, os procuradores queriam que ele se sujeitasse a uma "avaliação psicossexual" que ele recusou antes da sentença.

Citando a fragilidade e a cegueira de Cosby, seus advogados pediram uma regime de prisão domiciliar, ao invés de uma prisão convencional.

O primeiro julgamento de Cosby, em 2017, foi anulado porque os jurados não chegaram a um veredicto unânime. Pouco depois várias mulheres começaram a fazer alegações de má conduta sexual contra homens influentes, lançando os movimento #MeToo e #TimesUp, que incentivaram vítimas a relatar suas experiências.