Topo

"Mercury 13" resgata história das mulheres que treinaram para ir ao espaço nos anos 60

Segundo os cineastas Heather Walsh e David Sington, filme ganhou novas dimensões com as recentes campanhas feministas - Reprodução
Segundo os cineastas Heather Walsh e David Sington, filme ganhou novas dimensões com as recentes campanhas feministas Imagem: Reprodução

Eric Kelsey

De Los a Angeles (EUA)

19/04/2018 11h31

Quando os cineastas de "Mercury 13", um documentário sobre norte-americanas que treinaram para fazer voos espaciais nos anos 1960, decidiram contar sua história pouco conhecida, não tinham ideia de como questões atuais envolvendo as mulheres entrariam em jogo.

Os cineastas britânicos Heather Walsh e David Sington disseram que o filme ganhou novas dimensões graças a temas como o pagamento igualitário e o assédio no ambiente de trabalho.

"Sentimos estar fazendo algo que não era um filme de época, mas que nos tocava no presente", contou Sington em uma entrevista antes do lançamento da produção na sexta (19) no Netflix.

Imagem de "Mercury 13" - Reprodução - Reprodução
Imagem de "Mercury 13"
Imagem: Reprodução

"Mercury 13" conta a história de 13 mulheres que passaram pelos mesmos testes rigorosos dos astronautas homens do Mercury Seven, programa da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) que enviou os primeiros norte-americanos ao espaço entre 1961 e 1963.

As mulheres, todas pilotos habilidosas, foram testadas por William Lovelace, físico que ajudou a desenvolver os teste do programa Mercury. De acordo com o site da Nasa, o Programa Mulheres no Espaço de Lovelace foi um projeto de vida curta com financiamento privado que preparou mulheres pilotos para serem astronautas no início da década de 1960.

Treze das 25 mulheres recrutadas passaram pelos exames físicos duríssimos, que incluíam privação sensorial e uma injeção de água gelada no ouvido interno que causava vertigem mas elas jamais foram ao espaço.

A primeira mulher astronauta norte-americana, Sally Ride, realizou o feito só em 1983, cerca de 20 anos depois da cosmonauta soviética Valentina Tereshkova.

Heather disse que durante a produção do filme "acordou" para a relevância da luta de gerações anteriores de mulheres nos dias de hoje.

Os cineastas acreditam que as mulheres do projeto Mercury 13 teriam tido um efeito profundo na generalização da igualdade em todo o mundo.