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Indicados ao Oscar de 2018 enfrentam críticas negativas antes de premiação

Armie Hammer e Timothee Chalamet no filme "Me Chame Pelo Seu Nome" - Divulgação
Armie Hammer e Timothee Chalamet no filme "Me Chame Pelo Seu Nome" Imagem: Divulgação

Jill Serjeant

Los Angeles (EUA)

26/02/2018 11h37

Para alguns, "Três Anúncios Para Um Crime" é um filme sobre uma mãe revoltada em busca de justiça, mas outros não conseguem aceitar seu policial racista, que consideram ter sido injustamente redimido.

"Me Chame Pelo Seu Nome", um romance gay de cortar o coração, está sendo muito elogiado, mas algumas pessoas não conseguem entender por quais motivos seus produtores escalaram dois atores heterossexuais para os papéis principais do filme.

Enquanto nos últimos anos o Oscar foi criticado por subrepresentar mulheres e negros, os indicados deste ano estão enfrentando reações negativas e escândalos que vão de acusações de plágio e assédio sexual a críticas das comunidades gay e afro-americana.

A temporada de premiações de três meses de Hollywood, que culmina na cerimônia do Oscar no domingo, junto com a influência das redes sociais, vem alimentando tais críticas.

Na semana passada, a fantasia "A Forma da Água", que lidera a disputa com 13 indicações, foi alvo de um processo de violação de direitos autorais que alega que sua trama sobre uma faxineira muda que se apaixona por uma criatura aquática misteriosa foi baseada, sem dar crédito, em uma peça de teatro de 1969 do falecido dramaturgo norte-americano Paul Zindel.

O estúdio Fox Searchlight disse que as alegações são "infundadas (e) totalmente sem mérito".

"The Post - A Guerra Secreta", da 20th Century Fox, tem sido criticado por passar a ideia equivocada de que o jornal "Washington Post" deu o furo sobre um estudo da Guerra do Vietnã, conhecido como Papéis do Pentágono, e não o "New York Times".

Entretanto, as maiores críticas foram contra "Três Anúncios", favorito da Fox Searchligh para a categoria de melhor filme.

Críticos acreditam que a maneira como a comédia dramática retrata um policial racista, interpretado por Sam Rockwell, é uma afronta ao preconceito enraizado e ainda existente nos Estados Unidos, e qualificaram a produção como "alienada".

O diretor britânico Martin McDonagh, que também escreveu o roteiro, defendeu o filme.

"Não acho que seu personagem (de Rockwell) seja redimido de forma nenhuma. Ele começa como um babaca racista e é basicamente o mesmo no final, mas no fim percebe que precisa mudar", disse à revista "Entertainment Weekly", em entrevista.