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Refugiados inspiram diretores no Festival Internacional de Cinema de Berlim

18/02/2018 14h28

CINEMA-FESTIVAL-BERLIM:Refugiados inspiram diretores no Festival Internacional de Cinema de Berlim

Por Riham Alkousaa

BERLIM (Reuters) - Migração, um assunto que envergonha a Alemanha desde sua crise de refugiados de 2015, se mostrou um terreno fértil para diretores no Festival Internacional de Cinema de Berlim deste ano, onde eles apresentaram filmes as estórias de fuga, chegada e integração de refugiados.

A Berlinale deste ano - a 68ª edição do festival criado em 1951 para expor filmes sobre assuntos políticos e sociais - mostra as experiências de refugiados em ao menos oito filmes, de documentários a uma adaptação de romance dos anos 1940.

Diretores no festival disseram que queriam mandar uma mensagem política e mostrar como a migração está mudando a Europa.

"É muito mais o que você vê o que os refugiados estão fazendo depois de sua chegada em nossa Europa. Qual é o futuro deles?", disse Dieter Kosslick, diretor do festival.

"Eldorado, do diretor suíço Markus Imhoof, acompanha migrantes que foram resgatados próximos da costa da Líbia e levados para a Itália onde poderiam esperar em abrigos e algumas vezes terminar deportados, ou deixar os campos para trabalhar ilegalmente e arriscar serem explorados.

No filme, Imhoof também conta a história pessoal de sua família recebendo uma garota italiana após a Segunda Guerra Mundial e tendo de desistir dela.

Outro documentário, "Central Airport THF", mostra as vidas daqueles que ficam e esperam em abrigos através de um blog de 15 meses de uma refugiada síria vivendo no aeroporto Tempelhof em Berlim.

A pergunta mais importante, politicamente falando, para a Europa agora é como a Europa pode ser um continente diverso. É realmente ótimo que haja filmes que estão lidando com isso", disse o diretor brasileiro Karim Ainouz.

Por meio de uma história ficcional que se passa na França contemporânea mostrando alemães que escapam de tropas que ocupam Marselha, "Transit" adapta um romance da autora judia Anna Seghers relatando sua história de fuga da Alemanha nazista em 1940.

O filme, que é um dos 19 concorrentes ao Urso de Ouro do festival neste ano, detalha a jornada desesperada de refugiados tentando obter vistos e documentos oficiais em uma tentativa para escapar da perseguição.

O diretor alemão Christian Pezold disse que ele queria mandar uma mensagem política sobre a ideia da lei de asilo na constituição alemã.