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Chefão do Oscar diz que abusos em Hollywood estão sendo deixados para trás

O presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, John Bailey - REUTERS/Mario Anzuoni
O presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, John Bailey Imagem: REUTERS/Mario Anzuoni

Jill Serjeant

Los Angeles (EUA)

06/02/2018 13h45

O presidente da organização que concede os prêmios Oscar declarou na segunda-feira (05) que alguns dos piores abusos da indústria cinematográfica finalmente estão sendo deixados para trás.

John Bailey, presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, disse a mais de 200 indicados ao Oscar que a entidade está trabalhando duro para promover maior diversidade.

O Oscar, a maior honra da indústria do cinema, tem sido criticado nos últimos anos por excluir negros em suas indicações.

Em resposta à campanha virtual #OscarsSoWhite (Oscars Tão Brancos, em português), a Academia aumentou a diversidade de seus membros e convidou mais mulheres e negros para se juntarem ao grupo de 8 mil integrantes.

Durante pronunciamento aos indicados para a premiação deste ano, Bailey disse que a Academia de 90 anos está se reinventando com programas voltados à inclusão e à diversidade "na era atual de mais conscientização e responsabilidade no equilíbrio de gênero, raça, etnia e religião".

Como um homem branco de 75 anos, Bailey disse estar satisfeito porque "o fundamento fossilizado de muitos dos piores abusos de Hollywood está sendo deixado para trás".

Entre os indicados ao Oscar de 2018, que será realizado em março, estão a diretora Greta Gerwig, o diretor negro Jordan Peele, Rachel Morrison, a primeira mulher a concorrer ao prêmio de melhor fotografia, quatro atores negros e filmes que vão de histórias protagonizadas por mulheres a fantasias românticas, produções de guerra e reflexões contemporâneas sobre raça.

Bailey não se referiu diretamente ao escândalo de assédio sexual que abalou Hollywood e levou à demissão de dezenas de atores, diretores, produtores e agentes, forçados a renunciar ou afastados de projetos criativos.

Como consequência, a temporada de prêmios de Hollywood tem sido dominada por discursos apaixonados sobre empoderamento feminino, pedidos por igualdade salarial e oportunidades melhores para mulheres na frente e atrás das câmeras e solidariedade com vítimas de assédio sexual.

Os vencedores do Oscar são escolhidos pelos 8 mil integrantes da Academia e receberão suas estatuetas em uma cerimônia em Hollywood no dia 4 de março.