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Unesco escolhe ex-ministra da Cultura francesa Audrey Azoulay como nova chefe

13/10/2017 16h31

ONU-UNESCO-NOVACHEFE:Unesco escolhe ex-ministra da Cultura francesa Audrey Azoulay como nova chefe

Por John Irish

PARIS (Reuters) - A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) escolheu a ex-ministra da Cultura francesa Audrey Azoulay como sua nova diretora nesta sexta-feira, atribuindo-lhe a tarefa de reerguer a entidade após a saída dos Estados Unidos.

Audrey derrotou o catari Hamad bin Abdulaziz al-Kawari após uma quinta rodada de votação, e agora a decisão será submetida à aprovação dos 195 membros da Unesco no dia 10 de novembro.

Ocorrido na quinta-feira, o anúncio súbito de que os EUA estão se desligando devido ao que veem como uma inclinação anti-Israel significa que quem quer que assuma o cargo herda uma entidade problemática, com grandes dúvidas a respeito de seu financiamento e sua missão no futuro.

"Neste momento de crise, precisamos mais do que nunca apoiar, fortalecer e reformar a Unesco, e não deixá-la", disse Azoulay aos repórteres, afirmando que irá modernizá-la.

"Se for confirmada... a primeira coisa que farei é restaurar sua credibilidade, restaurar a fé de seus membros e sua eficiência para que ela possa agir."

Audrey, que substituirá Irina Bokova, búlgara que comandava o órgão desde 2009, terá que tentar reafirmar a relevância de uma agência nascida das cinzas da Segunda Guerra Mundial, mas cada vez mais prejudicada por rivalidades regionais e falta de dinheiro.

"Parabéns, a França continuará a luta pela ciência, a educação e a cultura no mundo", tuitou o presidente francês, Emmanuel Macron.

A ex-ministra de 45 anos, que atuou no governo do ex-presidente François Hollande, tem experiência política e conhece bem os setores cultural e de comunicações, tendo dedicado grande parte de sua carreira a eles.

Ela também é uma apoiadora fervorosa de Macron, que fez campanha por ela ativamente no exterior nos últimos meses, e fez da educação uma de suas maiores prioridades. Ela também vem advogando a favor do multilateralismo em um momento no qual os EUA o repudiam.

A maioria das atividades da Unesco, que tem sede em Paris, não é controversa, mas, quando se trata de resoluções sobre como os santuários religiosos devem ser administrados em Jerusalém, cada palavra é estudada para se detectar preferências.

Washington deveria proporcionar um quinto do financiamento da agência, mas já vinha contendo as remessas desde 2011, quando a Unesco admitiu a Palestina como membro pleno. Na quinta-feira os EUA anunciaram sua saída acusando a entidade de ter uma tendência anti-Israel, e o Estado judeu seguiu seus passos.

(Reportagem adicional de Miranda Alexander-Webber)