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Magnata chinês revê compra de estúdio de Hollywood devido a restrições estatais

31/08/2017 15h49

FILME-HOLLYWOOD-CHINES:Magnata chinês revê compra de estúdio de Hollywood devido a restrições estatais

PEQUIM/XANGAI (Reuters) - Um magnata chinês famoso por ter comprado o time de futebol inglês Aston Villa revisou um plano para adquirir a maior parte de um estúdio de Hollywood por 100 milhões de dólares devido à vigilância estatal crescente sobre acordos no setor de entretenimento firmados no exterior.

Tony Xia disse em um tuíte nesta quinta-feira que não conduzirá mais a aquisição por meio de sua empresa Recon Wenyuan Cable Co Ltd, mas através de uma entidade separada e não listada na bolsa devido a uma "nova política chinesa de restrição à indústria cinematográfica".

O governo vem endurecendo a regulamentação na esteira de acordos de grande vulto fechados no exterior, especialmente em áreas como cinema, esportes e imóveis, por causa da preocupação com o alto nível de endividamento.

Pequim também restringiu a exportação de capital para conter o investimento estrangeiro, particularmente em setores sem relação com o negócio principal de uma empresa, na esperança de reprimir a depreciação do iuan.

Em fevereiro, a Recon Wenyuan disse estar planejando gastar até 100 milhões de dólares para comprar 51 por cento da Millennium Film, cujas produções incluem "Os Mercenários".

Nesta quinta-feira a empresa disse que as partes interessadas não levarão o acordo adiante, já que ele não pode ser finalizado antes do prazo previamente combinado de 31 de agosto.

Ainda nesta quinta-feira, Xia retuitou uma postagem de Twitter na qual diz ter desistido do negócio e anexou um comentário dizendo que a postagem não foi precisa e que outra entidade irá "continuar o acordo".

Xia não é o primeiro magnata a tirar uma companhia listada de uma negociação. Em abril a Lander Sports Development Co Ltd de Gao Jisheng desistiu de um acordo de compra do time de futebol inglês Southampton e o completou de maneira independente no início deste mês.

Dados da Thomson Reuters mostraram que as fusões e aquisições no exterior diminuíram 42 por cento até 14 de agosto deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

(Por Pei Li e Adam Jourdan)