Diretora de "Detroit" diz esperar que filme provoque diálogo sobre raça nos EUA
Diretora vencedora do Oscar, Kathryn Bigelow levou seu retrato dos distúrbios de motivação racial ocorridos em Detroit em 1967 à própria cidade na estreia mundial de "Detroit", dizendo esperar que o filme estimule um diálogo nacional mais amplo.
"Detroit" recria os tumultos civis provocados por afro-americanos na cidade durante o verão de 50 anos atrás e os pouco conhecidos interrogatório e execução de três jovens negros no Algiers Motel.
O filme, que estreia nas maiores cidades dos Estados Unidos na sexta-feira, tem 100 por cento de avaliações positivas no site agregador de críticas Rotten Tomatoes, algo raro, e muitos críticos de cinema o classificaram como atemporal, mas doloroso de se assistir.
Bigelow, presente em Detroit para a premiere de terça-feira, observou que, embora os acontecimentos tenham ocorrido meio século atrás, homens negros desarmados continuam sendo baleados pela polícia nos EUA.
"Estes eventos continuam acontecendo. Quer dizer, vejam o quão atemporal e tópico é (o que aconteceu) com Michael Brown, Trayvon Martin, Laquan McDonald, Freddie Gray", disse Bigelow aos repórteres no tapete vermelho.
Brown, Martin, McDonald e Gray foram mortos em incidentes separados entre 2012 e 2015, desencadeando protestos e um debate sobre a percepção de um viés racial na polícia norte-americana. Martin foi morto por um voluntário de uma patrulha de bairro.
"Acho [que o filme é] uma oportunidade para incentivar ou convidar a um diálogo que este país precisa desesperadamente sobre acabar com uma divisão, em minha humilde opinião", acrescentou a diretora.
Bigelow, de 65 anos, foi a primeira mulher a conquistar um Oscar de direção por "Guerra ao Terror", produção de 2008 sobre a guerra do Iraque. Ela também dirigiu "A Hora Mais Escura", suspense de 2012 sobre a missão militar dos EUA que caçou o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.
Em "Detroit", o ator Will Poulter interpreta um policial branco e racista que mais tarde foi julgado e absolvido de todas as acusações relacionadas às mortes.
"Penso como muitas outras pessoas brancas, às vezes o tópico da raça muitas vezes é incômodo ou difícil. Estou torcendo para que um filme como este incentive as pessoas a conversarem sobre este tópico", disse Poulter.
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