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Editora retira livro de Mandela das livrarias após reclamações da família

Nelson Mandela - Chris Jackson/Getty Images
Nelson Mandela Imagem: Chris Jackson/Getty Images

Mfuneko Toyana

De Johanesburgo (África do Sul)

24/07/2017 14h17

A editora Penguin retirou nesta segunda (24) das livrarias um livro sobre Nelson Mandela depois que a viúva e a família do ex-presidente da África do Sul reclamaram que o médico que o escreveu não tinha sido autorizado a fazê-lo, publicou a mídia sul-africana.

Mandela morreu aos 95 anos, em 2013, após uma prolongada doença, e o médico Vejay Ramlakan detalha o final de sua vida no livro "Mandela's Last Years" ("Os Últimos Anos de Mandela").

À época, especulou-se que Mandela dependia de aparelhos para sobreviver e era mantido vivo por razões políticas.

Capa do livro "Mandela's Last Years" - Divulgação - Divulgação
Capa do livro "Mandela's Last Years"
Imagem: Divulgação

A viúva de Mandela, Graça Machel, não estava disponível de imediato para comentar, mas a agência de notícias sul-africana Eye Witness News disse que ela estava consultando seus advogados sobre a possibilidade de processar Ramlakan.

A agência também disse que o neto de Mandela e líder do clã familiar, Mandla Mandela, apoiou a decisão de Graça de ingressar na Justiça.

O porta-voz da Fundação Nelson Mandela, Sello Hatang, disse que o livro não deveria ter sido publicado e que a fundação não tinha qualquer envolvimento com sua produção. Ele saudou a decisão da editora de removê-lo das livrarias.

"Neste momento estamos avaliando sistematicamente o livro. Quando terminarmos iremos publicar uma lista de imprecisões no livro", afirmou.

"As indicações da srª. Machel no momento são de que houve uma quebra da confidencialidade entre médico e paciente, e nós acreditamos que ela está em seu direito de buscar a Justiça", acrescentou Hatang.

Em uma entrevista ao canal de televisão eNCA no domingo, Ramlakan disse que havia recebido permissão para escrever o livro da família de Mandela, mas não disse especificamente de quem.

Nenhum porta-voz da família de Mandela estava disponível para comentar o caso.