Topo

Diretor de "Carol" volta a Cannes com bem recebido "Wonderstruck"

18/05/2017 11h36

FILME-CANNES-CAROL:Diretor de "Carol" volta a Cannes com bem recebido "Wonderstruck"

Por Robin Pomeroy

CANNES, França (Reuters) - Alternando-se entre preto e branco e colorido, com e sem som, "Wonderstruck" teve uma ótima acolhida nesta quinta-feira no Festival de Cannes, onde já está sendo cotado para ganhar prêmios.

Na sequência de "Carol", que competiu no festival dois anos atrás, o diretor Todd Haynes mais uma vez oferece aos espectadores uma evocação de Nova York em dois momentos: um nos anos 1920 e outro na década de 1970.

A plateia da sessão matinal aplaudiu a produção com entusiasmo, aprovando suas tramas interligadas -- uma transcorre como um filme de época mudo em preto e branco e a outra é repleta das cores fortes dos filmes norte-americanos típicos dos anos 1970.

"Era uma ideia intensamente cinematográfica nas páginas", disse Haynes a respeito do roteiro de Brian Selznick baseado em seu próprio livro.

Selznick é o autor de "A Invenção de Hugo Cabret", uma mistura de romance e livro ilustrado que Martin Scorsese filmou com o título original de "Hugo".

Ele usou a mesma técnica para "Wonderstruck", que conta as duas histórias --que ao fim se juntam-- de uma menina surda e um menino que fogem de seus lares atormentados.

"Para um cineasta era um material irresistível", afirmou Haynes em uma coletiva de imprensa.

Julianne Moore, cujo primeiro papel como protagonista foi em "A Salvo", filme de Hayes de 1995, interpreta dois papéis: uma atriz de cinema mudo dos anos 1920 e mãe negligente de sua filha surda, Rose, e a própria Rose já senil nos anos 1970.

Os dois papéis, em um dos quais pode falar, mas que está em um filme mudo, e portanto não é ouvida, e o outro, no qual só se comunica pela linguagem de sinais, são o cerne do filme.

"Acabou se tratando de como nos comunicamos, o que é a linguagem e como usamos efetivamente nossos corpos, nossas mãos, nós mesmos, sem falar inglês", disse.