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Perto de momento histórico, rainha Elizabeth não dá nenhum sinal de que um dia vá abdicar

19/08/2015 09h27

Por Michael Holden

LONDRES (Reuters) - Após 63 anos de reinado, a rainha Elizabeth se tornará no mês que vem a monarca britânica a permanecer mais tempo no trono, mas há pouca perspectiva de que vá abdicar, como fizeram outros reis europeus, em favor de seu filho, Charles.

As pessoas próximas de Elizabeth, de 89 anos – que em 9 de setembro vai superar o período no trono de sua tataravó, a rainha Vitória –, dizem que ela não tem intenção de sucumbir à moda europeia da abdicação.

Isso significa que o príncipe Charles, de 66 anos, já detentor do recorde britânico de herdeiro ao trono pelo período mais longo, terá que esperar mais tempo ainda até se tornar rei.

"Eu declaro diante de todos vocês que toda a minha vida, seja ela longa ou curta, será dedicada a seu serviço e ao serviço da nossa grande família imperial", disse Elizabeth aos 21 anos, em um pronunciamento à nação, em 1947.

O marco de ultrapassagem da rainha Vitória provocou especulações sobre se Elizabeth poderia deixar o trono. Quando perguntada se abdicação era uma possibilidade, uma fonte de alto escalão do palácio disse à Reuters: "A vida significa a vida."

As conotações religiosas da coroação britânica são profundamente simbólicas para Elizabeth, que, como rainha, é a chefe suprema da Igreja da Inglaterra (Anglicana).

"A rainha não vai abdicar, ela não deve abdicar, não há absolutamente nenhuma razão para ela abdicar e, na verdade, constitucional e religiosamente, ela não pode abdicar: ela é uma rainha ungida", disse o historiador real Hugo Vickers à Reuters.

Margaret Rhodes, prima da rainha e amiga desde a infância, acredita que ela nunca vai romper seu compromisso com a nação.

A abdicação em 1936 do tio da rainha, Edward VIII – por razões amorosas, e não por velhice – foi bastante traumática, mergulhando a monarquia em uma crise constitucional que pôs o inseguro pai dela no trono.

Na Grã-Bretanha, no entanto, há poucos pedidos de abdicação de Elizabeth e nem sequer algum clamor para que Charles seja rei. Na realidade, o oposto seria mais provável.

Charles, que foi preparado desde o nascimento para um dia ser rei, é menos popular do que sua mãe. Em uma pesquisa feita em abril, 53 por cento dos britânicos disseram que gostavam dele em comparação com 77 por cento que gostam da rainha.

Apenas 19 por cento dos britânicos querem uma república, em comparação com 70 por cento que apoiam a monarquia.