Pintura descoberta na África do Sul revela uso de leite em tinta 49 mil anos atrás
Por Ed Stoddard
JOHANESBURGO (Reuters) - Cerca de 49 mil anos atrás, alguém no que hoje é a África do Sul mesclou leite com ocre para produzir uma mistura de tinta.
Para que a tinta foi usada permanece um mistério, mas o que surpreende é que a mistura foi feita antes do que se imaginava ser o primeiro uso de tinta – 47 mil anos antes.
A mescla foi preservada em uma pequena lasca de pedra escavada por Lyn Wadley, do Instituto de Estudos Evolutivos da Universidade de Johanesburgo, de Witwatersrand, em um local cerca de 40 quilômetros ao norte da cidade portuária de Durban.
“Nossas análises mostram que esta mistura à base de ocre era... um agente de tinta que poderia ter sido aplicado a uma superfície ou à pele humana”, escreveram Lyn e um grupo de co-autores em uma monografia recém-publicada na revista Plos One.
O mais antigo uso de leite em uma mistura de pigmento já documentado foi descoberto na Grécia cerca de 2.200 anos atrás, e se tratava de uma técnica empregada na arte até a Renascença.
A descoberta também é significativa, porque antecede e muito a introdução do gado domesticado na região, que ocorreu entre mil e dois mil anos atrás.
Análises químicas revelaram que o leite não era de uma vaca domesticada, mas de um bovídeo selvagem, como uma espécie de búfalo ou de antílope, por isso provavelmente foi extraído com o abate de um animal selvagem que estava lactando.
E sua utilidade?
“Pode ter sido usado como tinta decorativa. Pode ter sido usado para decorar peles de animal. Não encontramos vestígios de como o usavam, só sabemos que o usavam”, afirmou Lyn.
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