Ai Weiwei e cantora Joan Baez recebem prêmio da Anistia Internacional
A Anistia Internacional concedeu seu principal prêmio de direitos humanos em 2015 ao artista dissidente chinês Ai Weiwei, um crítico feroz do governo que está proibido de deixar a China depois de uma detenção de 81 dias em 2011, e à cantora norte-americana de música folk Joan Baez.
O Prêmio Embaixador da Consciência reconhece "aqueles que têm demonstrado liderança excepcional na luta pelos direitos humanos, em sua vida e obra", disse a Anistia em um comunicado nesta terça-feira (24).
Os vencedores anteriores incluem a adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela e a líder da oposição de Mianmar, Aung San Suu Kyi.
"Através de seu trabalho Ai Weiwei nos lembra que o direito de cada indivíduo se expressar precisa ser protegido, não apenas para o bem da sociedade, mas também pela arte e a humanidade", disse Salil Shetty, secretário-geral da Anistia, em um comunicado.
Sobre Baez, Shetty escreveu: "Com sua voz hipnotizante e o compromisso inabalável com o protesto pacífico e os direitos humanos para todos, Joan Baez tem sido uma força formidável para o bem ao longo de mais de cinco décadas".
O prêmio conjunto será entregue em uma cerimônia em Berlim em 21 de maio, segundo o comunicado.
No entanto, é praticamente certo que Ai, de 57 anos, não poderá ir até lá recebê-lo, já que permanece sob estrita vigilância e não pode sair da China. O representante do Ai, Darryl Leung, disse que ele não poderia dar entrevistas, pois "a sua situação ainda é delicada".
A porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Hua Chunying, afirmou que a China manifestou muitas vezes sua posição sobre Ai. Anteriormente, o ministério havia informado que ele estava sendo investigado pelas autoridades policiais.
Em 2011, Ai foi detido sem qualquer acusação formal e mantido a maior parte do tempo em confinamento solitário, o que provocou protestos no exterior. Um tribunal mais tarde confirmou uma multa 2,4 milhões dólares aplicada a Ai por sonegação de impostos. O artista de renome mundial afirma que as acusações foram forjadas em represália por suas críticas ao governo.
Ai tem sido ativo, apesar de sua proibição de viajar. Em setembro, ele realizou uma intervenção artística em Alcatraz, a mais famosa prisão dos Estados Unidos (já desativada), na baía de San Francisco, como uma forma de destacar a situação de ativistas presos na China.
Em novembro de 2013, o artista começou a protestar contra a proibição de viajar, colocando flores na cesta de uma bicicleta diante de sua casa e estúdio em Pequim. Ele disse num microblogue que iria fazer isso todos os dias até que "recuperar o direito de viajar livremente". Na terça-feira, ele afirmou que já se passaram 480 dias.
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