Combatentes do Estado Islâmico destroem antiguidades no norte do Iraque
Por Isabel Coles e Saif Eldin Hamdan
ARBIL/BAGDÁ (Reuters) - O Estado Islâmico destruiu uma coleção de estátuas e esculturas inestimáveis no norte do Iraque que remontam à antiga era assíria, de acordo com um vídeo publicado na Internet.
O vídeo dos militantes islâmicos radicais mostrou homens atacando os artefatos, alguns deles identificados como antiguidades do século 7 a.C., com marretas ou furadeiras, dizendo se tratar de símbolos de idolatria.
“O profeta nos ordenou a nos livramos de estátuas e relíquias, e seus companheiros fizeram o mesmo quando conquistaram países depois dele”, disse um homem não identificado na filmagem.
Os artigos destruídos parecem ser de um museu de antiguidades na cidade de Mosul, no norte iraquiano, tomada pelo Estado Islâmico em junho passado, afirmou um ex-funcionário do museu à Reuters.
Os militantes derrubaram as estátuas de suas colunas, despedaçando-as no chão, e um homem usou uma furadeira elétrica em um touro alado.
No vídeo se vê um grande recinto repleto de estátuas desmembradas, com canções da facção sendo tocadas ao fundo.
Lamia al-Gailani, arqueologista iraquiana e membro associado do Instituto de Arqueologia, sediado em Londres, disse que os militantes causaram um dano incalculável.
“Não é só a herança do Iraque, é do mundo todo. É a herança humana”, declarou ela à Reuters.
“As peças são inestimáveis, únicas. É inacreditável. Não quero mais ser iraquiana”, confessou, comparando o estrago à dinamitação das estátuas de Buda em Bamiyan realizada pelo Taliban afegão em 2001.
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