Crise sobre abusos sexuais na Igreja está longe do fim, diz cardeal dos EUA
ROMA (Reuters) - O cardeal norte-americano que dirige a comissão do Vaticano sobre os abusos sexuais cometidos por clérigos contra crianças alertou os bispos católicos romanos nesta segunda-feira a não se comportarem como se o problema estivesse resolvido.
O cardeal de Boston, Sean O’Malley, disse em uma conferência na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, que alguns prelados continuavam relutantes em lidar com o problema abertamente.
“Seria perigoso para nós, como líderes da Igreja, considerar que o escândalo de abuso sexual por clérigos é em grande parte uma questão histórica e não uma preocupação premente aqui e agora”, disse O’Malley, cuja comissão é responsável por assessorar o papa Francisco sobre como encerrar os casos de abuso como os que envergonharam a igreja católica.
“Não é um tópico prazeroso. É mais fácil simplesmente ignorá-lo e esperar que vá embora, (mas) quando somos defensivos e secretos, os resultados são desastrosos”, disse ele em seu discurso.
O’Malley disse na semana passada, após a primeira reunião completa da comissão no Vaticano, que o grupo estuda a aplicação de sanções aos bispos suspeitos de acobertar e deixar de prevenir abusos.
Grupos de vítimas têm pedido há anos ao Vaticano que passe a responsabilizar mais os bispos pelos abusos em suas dioceses, mesmo que não sejam os responsáveis diretos. Poucos perderam seus postos por causa de escândalos ocorridos sob sua supervisão.
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