Trabalhadores ainda sofrem abusos em projeto do Louvre em Abu Dhabi
ABU DHABI (Reuters) - A Human Rights Watch acusou nesta terça-feira uma empresa de Abu Dhabi que está construindo filiais locais dos museus do Louvre e Guggenheim de maltratar seus trabalhadores imigrantes, apesar de algumas melhorias, cinco anos após o grupo inicialmente levantar essas preocupações.
A empresa estatal negou todas as acusações.
A entidade de direitos baseada em Nova York disse que a Tourism Development and Investment Company (TDIC) confiscou os passaportes dos trabalhadores, reteve salários e benefícios, forneceu condições precárias de habitação e não fez nada para reembolsar os funcionários que pagaram uma taxa em seus países de origem para garantir a vaga. O grupo também afirmou que pouco progresso tinha sido feito nestes temas desde que o trabalho começou.
Na acusação mais grave, a HRW disse que centenas de trabalhadores foram deportados por fazer greve.
"A TDIC rejeita as conclusões infundadas do relatório, que estão desatualizadas e baseadas em metodologias desconhecidas, a TDIC tem sido transparente em seus esforços", disse a empresa em comunicado.
Afirmou ainda que tem se esforçado para cumprir a legislação trabalhista dos Emirados Árabes Unidos em seus canteiros de obras em Saadiyat Island, que também inclui uma filial local da Universidade de Nova York.
Sarah Leah Whitson, da HRW, admitiu que houve algumas melhorias para os trabalhadores, que em sua maioria vêm de Índia, Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka e Nepal, mas ainda estavam acontecendo abusos, incluindo a proibição de protestar.
"A NYU, o Louvre e o Guggenheim precisam deixar claro que novas leis e códigos de conduta são tão bons quanto a sua aplicação", disse ela.
(Reportagem de Stanley Carvalho)
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