Topo

Pesquisadores identificam dono e esconderijo de "Mona Lisa anterior" na Inglaterra

EDGAR SU
Imagem: EDGAR SU

15/12/2014 17h09

Por Robert Evans

GENEBRA, Suíça (Reuters) - Os pesquisadores que investigam a origem de uma pintura apelidada de “Mona Lisa anterior” relataram nesta segunda-feira que identificaram um nobre inglês que provavelmente a comprou na Itália no final do século 18 e a casa de campo onde ela foi encontrada em 1911.

As revelações chegam no momento em que a obra é exposta pela primeira vez em Cingapura em uma mostra sobre o retrato e Leonardo da Vinci, que uma fundação suíça de posse do quadro afirma que o artista pintou antes da versão em exposição no museu do Louvre, em Paris.

“Acreditamos que as últimas descobertas e novas análises científicas recém-realizadas deixam pouca dúvida de que é um trabalho de Leonardo”, disse David Feldman, leiloeiro sediado em Genebra e vice-presidente da “Fundação Mona Lisa” de Zurique.

“Atualmente a imensa maioria dos especialistas ou concorda conosco ou aceita que existe grande fundamento na nossa tese”, afirmou.

A pintura mostra uma imagem mais jovem de Lisa del Giacondo, esposa de um mercador de Florença que serviu de modelo para a obra-prima presente no Louvre e que foi incorporada à coleção da família real francesa depois que

Leonardo morreu na França em 1519.

A versão mais “nova”, cuja existência é mencionada em vários relatos do início do século 16, veio à luz nos tempos modernos quando o marchand e colecionador britânico Hugh Blaker a descobriu em 1911 em uma casa de campo no sudoeste inglês.

Blaker, que teve a pintura durante muitos anos e fez várias tentativas fracassadas de autenticá-la, jamais identificou a casa nem os moradores de então, embora seus diários sobre os anos em questão tenham desaparecido.

Em um comunicado passado à Reuters, uma equipe de pesquisadores afirma ter rastreado um trabalho intitulado “A Gioconda”, emprestado a uma exposição de arte na cidade de Yeovil em 1856 e vendido a um comerciante de prata dois anos mais tarde.

Voltando no tempo, eles dizem ter descoberto um documento declarando que um jovem nobre de Somerset, James Marwood, possuiu uma pintura de Leonardo conhecida como “A Gioconda”, que ele provavelmente adquiriu em uma visita à Itália aproximadamente nos anos 1780.

A equipe também determinou um elo implícito com outra família nobre local que tinha profundo interesse na arte renascentista e que viveu na Casa Montacute, hoje uma grande atração turística.

Os pesquisadores afirmam que as breves referências de Blaker à casa onde encontrou a obra indicam se tratar de Montacute, cujos proprietários passavam por dificuldades em 1911 e tinham começado a vender suas posses em segredo.