Denzel Washington esbanja habilidade com ferramentas para fazer justiça em "O Protetor"
Por Mary Milliken
LOS ANGELES (Reuters) - Após assistir a “O Protetor”, cinéfilos nunca mais verão com os mesmos olhos aquele sujeito na loja de materiais de construção que os ajuda a escolher as ferramentas e ripas de madeira.
No filme de ação que estreia nesta sexta-feira, Denzel Washington interpreta McCall, um funcionário eficiente e de bons modos de uma dessas lojas, mas que, por acaso, teve um passado como assassino profissional e, em todo caso, sabe bem mexer com ferramentas.
“Ele é um cara de recursos”, disse à Reuters o ator, de 59 anos, durante a promoção do filme no Festival Internacional de Toronto neste mês.
Washington acredita que McCall nem mesmo precisaria de uma loja cheia de ferramentas à sua disposição para ser um agente eficiente.
“Poderia ser este lugar que estamos agora”, disse ele. “Tem bastante coisa aqui... seu sapato, a corrente em seu pescoço, seu cabelo, a cadeira. É possível fazer muitos danos."
O ator vencedor de dois Oscar voltou a trabalhar com Antoine Fuqua, o mesmo diretor de “Dia de Treinamento”, filme pelo qual Washington venceu a estatueta de melhor ator em 2002.
A expectativa é que o filme da Columbia Pictures, da Sony, lidere as bilheterias da América do Norte neste fim de semana com vendas totalizando 35 milhões, segundo o site Boxoffice.com.
“O Protetor”, baseado na série de televisão dos anos 1980 que levou o mesmo nome, conta a história de um homem com um senso de justiça, que busca ajudar pessoas em maus lençóis que não têm ninguém a recorrer.
McCall move-se dentro da loja, a Home Mart, com uma calma zen, trabalhando duro e ajudando colegas com seus problemas. Em casa, ele leva uma vida austera e solitária, sofrendo de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e insônia.
Ele passa noites em claro lendo clássicos da literatura em um restaurante, onde acaba por conhecer uma prostituta adolescente russa interpretada pela atriz Chloe Grace Moretz.
O abuso sofrido por ela nas mãos da máfia russa de tráfico de pessoas leva McCall de volta à ativa, deixando a simples vida que buscava para escapar de um mundo no qual ele era um matador e sofria por isso.
“Eu não estava interessado em ficar correndo e cortando pessoas”, disse Washington.
“Então acrescentamos esse elemento de TOC a seu ritual, de dobrar um guardanapo, um saco de chá, mostrando seus hábitos peculiares. Essa é a jornada desse personagem."
A nemesis de McCall no submundo é Teddy, um sociopata russo que vem da Europa com um sotaque acentuado e ternos de linho, parecendo mais um presidente de uma empresa do que com um mafioso.
“Quisemos deixar o personagem metódico, elegante, dar a ele bastante charme, mas também levá-lo ao mundo psicótico”, disse Marton Csokas, que interpresta Teddy.
A determinação de McCall em eliminar a organização criminosa leva ele e Teddy à loja de materiais de construir durante um tenso embate de meia hora, no qual grande parte do estoque de ferramentas é utilizado como arma mortal.
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