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Super-heróis da Times Square lutam contra imagem pública negativa

LUCAS JACKSON
Imagem: LUCAS JACKSON

Jonathan Allen

Da Reuters, em Nova York

13/08/2014 11h33

Após uma onda de prisões e má exposição pública, os personagens fantasiados que posam para fotos com turistas na Times Square, em Nova York, em troca de gorjetas formaram uma associação para preservar um modo de vida que tem sido colocado sob ameaça.

Dezenas de pessoas vestidas como Homem-Aranha, Batman, Elmo, Mickey Mouse e outros personagens populares circulam pelas movimentadas calçadas e praças em torno da Times Square todos os dias, atraindo crianças e seus pais com câmeras a tira-colo. Mas as autoridades municipais têm descrito essas pessoas como uma peste a perturbar os visitantes da cidade. 

A polícia tem detido diversos desses artistas nos últimos meses, e começou a distribuir panfletos no fim de semana orientando os turistas a chamarem o número de emergência 911 para registrar qualquer reclamação a respeito dos personagens fantasiados.

A nova associação --uma espécie de cruzamento entre um sindicato informal e a Liga da Justiça-- quer combater essa imagem ruim, de acordo com Yamil Morales, um dos organizadores do grupo.

"Somos pessoas que querem ser tratadas como trabalhadores com dignidade e não ser tratados como personagens de desenho animado só porque usamos uma máscara", disse Morales falando em espanhol, através de um intérprete. Um grande número de personagens são imigrantes da América Latina.

Eles se auto-intitularam Associação dos Artistas Unidos por um Sorriso, nome escolhido para refletir o argumento de que a alegria trazida por eles aos turistas é tão importante quanto qualquer gorjeta eventualmente recebida.

Morales, um colombiano que mora em Nova York e gasta ao menos 40 minutos diários para se caracterizar como o Pinguim, diz que teve a ideia ao conversar com um Batman.

Mais de 100 personagens já se associaram, disse ele, e dezenas de outros se reuniram na manhã de terça-feira nos escritórios da La Fuente, um grupo de defesa dos trabalhadores imigrantes.

"Uma das coisas que nós queremos é que os policiais confiem em nós um pouco mais", disse Morales, explicando que uma reunião com autoridades estava no topo das prioridades da associação. "Queremos receber as regras deles e entender o procedimento correto." A polícia não respondeu a pedidos de um posicionamento.