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Artista que produziu caiaque em forma de vagina diz estar "indignada"

Imagem da campanha da artista Megumi Igarashi pedindo apoio ao seu projeto "MK Boat Project", um barco feito a partir de um molde em 3D de sua vagina - Reprodução
Imagem da campanha da artista Megumi Igarashi pedindo apoio ao seu projeto "MK Boat Project", um barco feito a partir de um molde em 3D de sua vagina Imagem: Reprodução

Minami Funakoshi

Da Reuters, em Tóquio

16/07/2014 12h18

Uma artista japonesa que produziu imagens de Lady Gaga e um caiaque com a forma de sua vagina disse nesta quarta-feira (16), em uma penitenciária de Tóquio, estar "indignada" com a sua prisão e prometeu lutar contra as acusações de distribuir material obsceno.

Megumi Igarashi, de 42 anos, disse estar desafiando uma cultura de "discriminação" contra a discussão da vagina na sociedade japonesa. Ela, que trabalhou sob o pseudônimo de Rokudenashiko, que significa "garota que não vale nada" em japonês, construiu um caiaque amarelo com a parte de cima na forma de sua vagina depois de levantar cerca de US$ 10.000 por meio de crowdfunding.

Como agradecimento aos doadores para seu projeto, ela lhes enviou dados da impressão em 3D de sua vagina escaneada, a base para sua obra. Ela foi presa no sábado por distribuir material obsceno e pode pegar até dois anos de prisão e ter de pagar uma multa de até US$ 25 mil.

Megumi disse que cerca de dez policiais chegaram a sua casa no sábado. Inicialmente, ela pensou que eles estivessem apenas interessados em confiscar seu trabalho, que ela define como uma exploração artística da "manko", a gíria japonesa para vagina.

"Eu não pude deixar de rir um pouco enquanto explicava aos policiais, com expressões sérias: 'Esta é a figura da manko de Lady Gaga'", disse Megumi à Reuters através de uma barreira de separação, de plástico, na prisão centro de Tóquio. "Eu não esperava ser presa. Mesmo quando eles estavam confiscando as minhas obras, eu pensei: 'Esta será uma boa história'. Em seguida, eles me algemaram e prenderam. Eu estou indignada".

Mais de 17.000 pessoas já assinaram uma petição online pedindo a libertação imediata de Megumi no site Change.org, uma plataforma online para petições.