Ministério da Agricultura avalia ampliar recursos para armazenagem

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SÃO PAULO, 24 Mar (Reuters) - O governo avalia a possibilidade de ampliar recursos para o financiamento da armazenagem no país no novo Plano Agrícola e Pecuário, em função da firme demanda vista no segmento desde o final do ano passado, disse o ministro da Agricultura, Neri Geller, nesta segunda-feira.

"Queremos manter os recursos para os principais programas (do Plano Safra) e ampliar para alguns, como por exemplo a questão da armazenagem... Nós estamos analisando, porque a demanda é realmente muito grande", disse o ministro a jornalistas antes da abertura do Global Agribusiness Forum 2014, evento realizado em São Paulo.

Segundo ele, demorou até o programa de incentivo à armazenagem deslanchar, por conta da estruturação das linhas de crédito, principalmente por parte dos agentes financeiros, mas agora a demanda vem firme desde dezembro.

Ele acrescentou que entre janeiro a março deste ano já foram acessados quase 3 bilhões de reais, de um total de 4,5 bilhões de reais que estão no ministério para a agricultura comercial.

No último Plano Safra (2013/14), o governo anunciou recursos específicos para o financiamento da armazenagem no país, em uma tentativa de fazer frente a desafios impostos por produções recordes de grãos e dificuldades logísticas para o escoamento.

O anúncio do plano 13/14 contemplou recursos de 25 bilhões de reais pelos próximos cinco anos, estando disponíveis 5 bilhões de reais para financiamentos da atual temporada.

Nesta segunda-feira, o ministro empossado recentemente disse que não tem previsões para o total de recursos que serão destinados ao próximo Plano Safra (2014/15) --no anterior, a agricultura empresarial foi contemplada com financiamentos de 136 bilhões de reais.

Pelo cronograma em pauta, o ministro deve se reunir com membros da equipe econômica para definir volumes de recursos disponíveis para o próximo Plano Safra no começo do mês que vem.

"Na primeira quinzena de abril, vamos começar a fazer a discussão com a equipe econômica. Ainda não tenho indicativo de valores", disse o ministro.

O ministro também mencionou reforços nos programas de apoio à sanidade agropecuária e para a liberação rápida de defensivos mais eficazes necessários ao setor agrícola.

"Precisamos avançar com a liberação de defensivos agrícolas, como no caso da helicoverpa (lagarta). Nós vamos continuar trabalhando para avançar com força na defesa agropecuária", afirmou, sem dar detalhes sobre o assunto.

SUSTENTABILIDADE

Geller disse que o ministério vai atuar para agilizar processos e melhorar o cenário para aqueles que querem produzir com sustentabilidade.

"O Brasil precisa efetivamente baixar custo, nós temos um potencial extraordinário", disse o ministro, na abertura do evento.

Ele ressaltou que o país conta com 58 milhões de hectares de cultivos agrícolas e 160 milhões de hectares com áreas de pastagens extensivas, que poderiam ser convertidas em agricultura.

"Boa parte destas pastagens poderia ser agregada para a produção de grãos", disse, numa medida que poderia evitar a derrubada de florestas.

O ministério também vai focar fortemente na questão da quebra de algumas barreiras fitossanitárias às exportações de produtos brasileiros.

"A agroindústria terá uma atenção toda especial, do ponto de vista de abertura mercado e abastecimento, e nós precisamos melhorar ainda mais."

Geller, ex-secretário de Política Agrícola, tomou posse na última segunda-feira.

(Por Fabíola Gomes; edição de Roberto Samora)

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