Simpatizantes de Ai Weiwei pedem que Alemanha pressione China a devolver passaporte
BERLIM, 5 Mar (Reuters) - Simpatizantes alemães do artista Ai Weiwei, um dos mais famosos dissidentes políticos da China, pediram nesta quarta-feira que o governo da Alemanha exija a devolução do passaporte dele antes de uma exposição de trabalhos politicamente motivados na capital da Alemanha.
A mostra, com inauguração marcada para 3 de abril na Martin-Gropius-Bau, em Berlim, ocorre exatamente três anos depois da prisão de Ai pelas autoridades chinesas, em 2011.
O governo chinês reteve o passaporte de Ai depois que ele foi solto, mas não fez nenhuma acusação formal contra ele, disse o advogado Peter Raue, que atua em Berlim e visitou Ai em Pequim no mês passado.
"Nós insistimos com firmeza que nosso governo tome uma posição sobre isso", disse Klaus Staeck, presidente da Academia de Artes de Berlim, acrescentando que espera que Ai, integrante da academia, possa comparecer à assembleia anual de 8 a 10 de maio, em Berlim.
O artista vem atraindo atenção internacional há tempos por criticar o histórico do governo chinês em direitos humanos, livre expressão e democracia. Ativistas viram sua prisão em 2011, pela acusação de crime econômico, como uma tentativa de amordaçá-lo.
Em uma mensagem de vídeo gravada para o evento, Ai disse ter pedido ao órgão de segurança pública em Pequim que lhe devolvesse o passaporte, dando como justificativa as exposições e atividades relacionadas ao ensino na Alemanha.
"Se não puderem, eu quero realmente que me deem um motivo claro", disse Ai no vídeo.
(Reportagem de Monica Raymunt)