Scarlett Johansson deixa Oxfam após polêmica sobre assentamento na Cisjordânia
Por Noah Browning
JERUSALÉM, 30 Jan (Reuters) - A atriz Scarlett Johansson deixou o posto de embaixadora da Oxfam, informou a organização beneficente nesta quinta-feira, após o grupo ter discordado do apoio dado por ela a uma empresa israelense que opera na Cisjordânia.
A estrela de Hollywood se tornou garota-propaganda da fabricante de refrigerantes SodaStream e deve aparecer em um comercial a ser transmitido durante o Super Bowl, a final da liga dos EUA de futebol americano, no domingo.
No entanto, o negócio multimilionário repercutiu mal entre ativistas e grupos humanitários porque a maior fábrica da SodaStream está instalada em um assentamento judeu dentro da Cisjordânia.
A empresa emprega operários tanto palestinos como israelenses e alega que sua fábrica representa um modelo de cooperação pacífica, mas os assentamentos são tidos como ilegais sob a lei internacional e são condenados pela Oxfam, que conduz uma grande operação na região.
Após consultas com Johansson no início da semana, a atriz informou à organização de ajuda humanitária que terminaria a relação com a Oxfam.
"A Oxfam aceita a decisão de Scarlett Johansson de se retirar", disse o grupo em comunicado. "O papel de Johansson em promover a companhia SodaStream é incompatível com seu papel como Embaixadora Global da Oxfam."
"A Oxfam acredita que os negócios, tais como os da SodaStream, que operam em assentamentos aprofundam a persistente pobreza e negação dos direitos das comunidades palestinas pelas quais trabalhamos para ajudar."
A controvérsia ocorre em um momento delicado para as negociações de paz mediadas pelos EUA entre Israel e palestinos. Autoridades israelenses temem que caso as negociações falhem, possa ganhar ímpeto um nascente clamor por sanções a Israel e a seus assentamentos.
Em um comunicado citado na mídia norte-americana, o porta-voz de Johansson escreveu que "ela e a Oxfam têm uma divergência fundamental de opinião em relação ao movimento de boicote, desinvestimento e sanções".
O movimento, apoiado sobretudo por intelectuais e blogueiros em favor causa palestina, incentiva um boicote coletivo a produtos israelenses e questiona a legitimidade do Estado judeu.
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